(Fotos Divulgação)
Em tempos de isolamento social, as atividades artísticas só trazem benefícios: ajudam a lidar com os pensamentos, sentimentos, a realidade difícil do dia a dia, dentre tantas outras. O campo para aprender coisas novas e se reinventar está aberto e tempo, tem sobrado pra gente. Foi o que fez Juracy Lourdes Silveira, de 75 anos.
Associada da Feira de Artesanato da Praça da Matriz, Feirinha do Bairro São José e Morada do Parque, ela apresentava, desde 2014, uma variedade de produtos, vendidos até no exterior.
Mas, com a pandemia, sem poder expor os trabalhos nas feiras, ela buscou novos caminhos de divulgação e comercialização dos produtos. Sem medo das novidades, Juracy aprendeu a usar a tecnologia e começou a usar as redes sociais para administrar “As Mãos de Juju”, uma página do Instagram onde divulga os trabalhos que faz.
No ateliê, que funciona em casa, ela dá vida à imaginação. O que começou com uma máquina que Juracy já possuía na juventude e com o bordado, se consolidou com o programa Grupo de Oportunidades Locais de Desenvolvimento da Visão Mundial (Gold).
“Perdi meu pai aos 14 anos e, sendo a mais velha de sete irmãos, precisava ajudar a cuidar deles. Então, aos 15 anos fui aprender corte e costura para fazer roupas para eles”, lembra Juracy. Ela conta que no início se inspirava no trabalho de outros colegas de artesanato, mas com o tempo descobriu na tecnologia uma aliada.
INSPIRAÇÃO
“Nas viagens que fiz, visitei lojas e feirinhas de artesanatos dos lugares para conhecer e me inspirar. E comecei agora a ver muita coisa interessante na internet”. Sobre a rotina no ateliê, ela diz que antes da pandemia trabalhava a maior parte do tempo com estoques para as feirinhas: levava produtos em caixa organizadora e, com o passar do tempo, em malas de viagem com rodinhas.
“Em 2018 adquiri um trailerzinho, tipo uma loja sobre rodas, pois a idade não me permitia mais carregar peso. Trabalhava em ritmo acelerado, mas respeitando sempre o horário comercial, pois já passei dos 70 anos e preciso me cuidar”, afirma.
DIGITAL
Foi na pandemia que ela aprendeu a importância das redes sociais, aprendeu como atender on-line, um pouco de marketing digital e a pedir ajuda aos filhos e netos na jornada tecnológica. “Aprendi também a redimensionar o meu estoque, sobre pagamentos/recebimentos on-line e atender o cliente na sua específica necessidade”, diz.
Para a artesã, a mais difícil das lições foi aceitar que não pode ir mais às feiras de artesanato, que o contato com as pessoas ficou muito distante. “Eu amava estar nas feiras, vendo e falando com as pessoas. É muito difícil acostumar com a redução das atividades e, consequentemente, dos ganhos que elas proporcionavam, que não eram só financeiros. Tive que aprender a acomodar meus sentimentos para alcançar a serenidade de ficar em casa”, revela.
Para conhecer os trabalhos das Mãos de Juju, basta acompanhá-la no Facebook e Instagram @mãosdejuju e no WhatsApp (38) 99852-6962.