Michelle Tondineli
Repórter
A arte contemporânea prende-se ao advento da arte pop e do minimalismo, um rompimento em relação à pauta moderna, o que é lido por alguns como o início do pós-modernismo. A cena contemporânea, que se esboça num mercado internacionalizado das novas mídias e tecnologias e de variados atores sociais que aliam política e subjetividade (negros, mulheres, homossexuais etc), explode os enquadramentos sociais e artísticos do modernismo, abrindo-se a experiências culturais díspares.
As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum, tentando dirigir a arte às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. As obras articulam diferentes linguagens como dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura e outros. O artista plástico Luis Guedes procura a melhor forma de retratar esta arte contemporânea, sobretudo através do cotidiano:
- Comecei a pintar com oito anos de idade. Desenhava na escola, em casa, e aos 12 comecei a ter mais contato com meu avô Godofredo Guedes, que é artista, e desde então não larguei. Não gosto de pintar flor. Gosto de trabalhar com formas, ser mais realista. Já pintei muita paisagem, mas com 14 anos pintei o rosto de meu avô, e isso marcou muito para mim. Demorei duas semanas. E a tela hoje se encontra na casa da minha avó - diz.
O artista realiza suas pinturas diretamente na tela ou até mesmo diretamente na parede, sem rascunhá-la antes.
- Quando eu pinto rosto, costumo ter uma fotografia para espelhar. Imagens nem sempre, porque geralmente utilizo da criatividade. O mínimo que já demorei para pintar foi um dia, o máximo foi um mês. Depende de meu animo e da inspiração que vou ter. Porque se você não estiver inspirado você não pinta nada, por isso nem sempre é bom trabalharmos com data, que nem sempre posso cumprir o prazo - afirma.
Luis costumava pintar como hobby, mas hoje as pinturas são um trabalho.
- Tem artista que atrai a mídia, e são os mais procurados, eu mesmo já estou acomodado. Nunca fiz uma exposição, minha, com meu nome, mas o quadro de meu avô já foi exposto. Hoje eu não realizo uma exposição pela falta de espaço na agenda dos locais, e olha que eu tinha até um material - conta.
Os preços das obras são variados, mas geralmente acessíveis.
- Geralmente quem vende a preço alto já são artistas conhecidos e que há muito tempo estão aí no mercado. Acho que em Montes Claros falta a valorização dos trabalhos e do artista, apesar de a cidade ser rica em bons artistas, o que, muitas vezes, faz com que tenhamos que vender nosso trabalho fora. Somos um grupo que trabalha em prol do que queremos mostrar de bom - finaliza.
Outras informações (38) 3221 – 2658 ou (38) 9979 – 1965.
CINE CULTURA EXIBE TEMPOS MODERNOS
O cine cultura exibe nesta terça-feira, 1º, o filme Tempos Modernos, o primeiro filme sonorizado de Charles Chaplin – até então o cinema que ele produzia era mudo. O grande cineasta coloca em cena seu famoso personagem, o vagabundo Carlitos, vivendo situações hilárias, sendo usado como cobaia dentro de uma fábrica moderna.
