Adriana Queiroz
Repórter
Manhã de quarta-feira, sol escaldante, estamos na sala da diretora do Centro Cultural Rita Maluf, para um dedo de prosa. De um lado, a artista plástica Conceição Melo, e do outro, o artista visual e articulista Adilson Cardoso, convidados para participar desse encontro.
Fotos Adriana Queiroz
Rita Maluf, diretora do Centro Cultural
Na pauta, projetos e eventos para o 1º semestre de 2011.
- Chega uma época do ano que é preciso repor as lâmpadas, tem todo um trabalho de manutenção, mas já estamos trabalhando firme para a mostra Olhar Feminino que acontecerá em março, diz Rita, ao perguntarmos sobre a falta de programação nos meses de janeiro e fevereiro.
Em seu terceiro ano como diretora do Centro Cultural, Rita diz que é uma experiência nova e que é prazeroso conviver com tantos talentos no Norte de Minas.
- Aqui é um espaço para todos os artistas divulgarem seus trabalhos, principalmente para aqueles que estão iniciando - argumenta.
Tivemos aqui, no ano passado, grandes mostras, como a da janaúbense Soraia Correia, com um trabalho bem diversificado, show do cantor, o juiz Danilo Campos, com repertório dos anos 60, 70, Beatles, e ainda grandes espetáculos de dança coordenados pela professora Marilene Matos, o grupo Zambra, entre outros - enumera.
Universo Feminino
Conceição Melo, ou simplesmente Tuca, já é conhecida pelo Brasil afora. Para ela, arte é um sentimento bom ou ruim e que precisa ser mostrado.
Em 2010, a artista ficou por conta de sua galeria, localizada na Avenida Mestra Fininha.
A artista plástica Conceição Melo
- Não fiz nenhuma exposição em 2010, mas o retorno da galeria me surpreendeu. Publiquei o livro em parceria com o Montes Claros Shopping, intitulado Uma Viagem à Bienal, com apresentação de Viviane Marques. Aproveitei para visitar a SP Artes, uma exposição no Ibirapuera. Lá tive contatos com Adriana Varejão e conheci o Vick Muniz, artista que ganhou fama mundial com obras feitas á base de alimentos e até de diamantes - diz Tuca.
A artista nasceu em São Francisco, mas é montes-clarense de coração e teve como companhia em São Paulo, nada mais nada menos que Enock Sacramento, membro da ABCA - Associação Brasileira de Críticos de Arte.
- Este ano estou me inspirando no tema Universo Feminino, vou pintar mulheres. Não quero pesquisar muito. Este ano é ano da mulher, com suas dores e cores, nossas dores, não é? É isso que quero retratar e colocar numa exposição. Talvez, santas mulheres, ou quem sabe, mulheres santas... – divaga.
Adriana Varejão utiliza a pintura como suporte para a ficção histórica e a exploração de temas como a teatralidade, o desejo e os artifícios presentes no barroco. Em suas obras tridimensionais, rupturas na tela apresentam um interior visceral sangrento, formado de elementos escultóricos ou arquitetônicos. Nos trabalhos recentes, a artista desenvolve ambientes virtuais geometrizados que remetem a saunas, piscinas e banheiros, em que retoma questões intrínsecas à pintura como profundidade, espaço e cor.
Vicente José de Oliveira Muniz, mais conhecido como Vik Muniz, é um artista plástico brasileiro radicado em Nova York, que faz experimentos com novas mídias e materiais.
Vik fez duas réplicas detalhadas da Mona Lisa de Leonardo da Vinci: uma feita com geleia e outra com manteiga de amendoim. Também trabalhou com açúcar, fios, arame e xarope de chocolate, com o qual produziu uma recriação da Última Ceia de Leonardo. Reinterpretou várias pinturas de Monet, incluindo pinturas da catedral de Rouen, que Muniz produziu com pequenas porções de pigmento aspergidas sobre uma superfície plana. Ele fez as imagens com açúcar mascavo.
