(acervo pessoal)
A celebração do centenário de nascimento do escritor mineiro será comemorado neste ano. É o que estabelece a Lei 14.794/2024, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8). A norma é originária do PL 2.626/2023, de autoria da deputada Bia Kicis (PL-DF), e relatado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.
Segundo Pacheco, o projeto agora transformado em lei é uma pauta do Brasil, mas essencialmente mineira. Segundo a lei, a critério da autoridade competente, poderá ser emitido selo comemorativo referente ao centenário de nascimento do escritor Fernando Sabino. O texto original previa o ano passado para a comemoração, no entanto, o relator alterou para 2024, já que a matéria chegou ao Senado no final de 2023. Em outubro deste ano, a morte do escritor mineiro completará 20 anos.
O relator disse que Fernando Sabino é um dos autores mais lidos e admirados da história do país, tendo incentivado pessoas de todas as idades a criarem o gosto pela leitura. Para o senador, Sabino era um mestre da prosa, escrevendo com uma “simplicidade eloquente” para revelar a complexidade das relações humanas. Ele também lembrou que o escritor fez carreira no serviço público, com uma atuação ética e dedicada.
“Fernando Sabino merece ser celebrado por sua inestimável contribuição às letras e ao serviço público. Ele não foi apenas um escritor de renome, mas um cidadão exemplar. Seu legado permanece vivo, sendo um verdadeiro tesouro nacional”, registrou Pacheco em Plenário.
CARREIRA
Fernando Tavares Sabino nasceu em outubro de 1923, em Belo Horizonte (MG). Quando jovem, foi detentor de vários recordes como nadador, tendo se tornado campeão sul-americano de nado de costas em 1939. Estudou direito e trabalhou como jornalista e editor. Seu primeiro livro, Os grilos não cantam mais, foi publicado em 1941, no Rio de Janeiro (RJ), quando ele tinha apenas dezoito anos. Em sua carreira, publicou cerca de 50 obras.
O encontro marcado, O homem nu e O menino no espelho estão entre suas obras mais conhecidas. Em 1991, publicou Zélia, uma paixão, uma biografia da ministra da Economia do governo Fernando Collor. Ele recebeu duas vezes o prêmio Jabuti: em 1980, com O grande mentecapto, e em 2002, com Livro Aberto. Também foi agraciado com o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL), pelo conjunto da obra, em 1999. Ele morreu no Rio de Janeiro, em 2004, aos 80 anos.