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Quinta-Feira,18 de Setembro

Amor pela arte de interpretar - O teatro reuniu cinco caminhantes que, juntos, formaram o Cia Tríade de Teatro, em Belo Horizonte. Com bagagem rica em experiências teatrais, eles decidiram criar a própria companhia e dar vazão ao sonho de entreter, alegra

Jornal O Norte
Publicado em 28/07/2011 às 18:36.Atualizado em 15/11/2021 às 17:32.

ANA KARIENINA


Repórter



Custódio Nunes saiu da pequena Bom Jesus do Galho, no Vale do Aço mineiro e ganhou o mundo contando estórias e histórias para fazer rir e chorar. Edina Quaresma, que segundo ela mesma, já nasceu fazendo teatro, deixou Montes Claros, no Norte de Minas, para ir em busca de novas experiências. Os outros componentes, Jânio Fonseca, e Eugênio Macedo, de Belo Horizonte, também trazem na alma e no corpo as marcas de quem ama interpretar. Juntos, essa trupe decidiu criar, em 2004, a Cia Tríade de Teatro, lá mesmo em Belo Horizonte, para que passar a vida criando e recriando peças e espetáculos, se transformasse em eterna profissão.



Já se vão sete anos e o grupo não se cansa da arte de interpretar, o que para eles é tão essencial quanto respirar. Neste período, e apesar das dificuldades, como frisam, o grupo já montou 5peças, sendo 2 adultas e 3 infantis. Mas todas têm o humor como fio condutor. Os atores acreditam que a vida anda difícil demais e por isso, decidiram que fazer rir é a melhor forma de colaborar para um mundo melhor, onde impere o bom humor. Em Montes Claros para participar da X Mostra de Teatro, o grupo falou ao O Norte sobre suas andanças e a emoção de interpretar.



Então, começando do começo, eles contam o prazer que foi participar, no ano de criação do grupo, da Campanha de Popularização do Teatro, em Belo Horizonte, com a peça A bruxinha de mini-saia. A peça foi premiada como melhor figurino e Edina Quaresma escolhida como melhor atriz coadjuvante. O começo com o pé direito foi um sinal de que juntos iam conquistar muito mais.



Depois da Bruxinha, vieram Juca, um Jeca em: dura vida de solteiro, Apartamento 171, A floresta encantada e O circo e  O vale dos tesouros.



O grupo não esconde as dificuldades encontradas ao longo do percurso para tirar as peças da imaginação e torná-las realidade. Mas a vontade e o amor sempre falaram mais alto e mesmo sem muito incentivo, eles seguem divertindo o público, fazendo e acontecendo pelos palcos do mundo.



O público, ah o público! Ele nem sonha as emoções que despertam em Edina. Para ela, o público é sua mola-mestra, são eles que a fazem amar tanto o teatro, que até se esquece de si mesma.



- O teatro, o interpretar, está tão enraizado em mim que já me confundo com meus personagens - afirma ela.



Emocionada, a atriz fala do quão é gratificante receber o abraço dos pequenos ao final das peças infantis e o reconhecimento dos adultos, pelo trabalho realizado.



- É indescritível a emoção dos aplausos, dos abraços, do reconhecimento, do riso que arrancamos das pessoas. Isso é que paga a minha atuação, porque se fosse pensar racionalmente já teria deixado o teatro, que geralmente não paga as minhas contas, fala uma incontida Edina.



E ela lembra como tudo começou por acaso, como gosta de salientar.



- Comecei de brincadeira. Meu incentivador foi o mestre Batista, aqui de Montes Claros. Um dia, um amigo me convidou para assistir seu ensaio para uma peça. Lá fui eu. Na falta de ator, atrasado para o ensaio, me disseram:



-Edina, lê aqui prá gente. E eu continuo lendo até hoje - relembra.



E de leitura em leitura ela encontrou o Tríade e garante que está feliz da vida! E mais, que o teatro é hoje, seu grande vício!



Custódio também se diz dominado pela arte de interpretar. Para o ator, o ato de interpretar é realização pessoal, é o poder de fazer rir e chorar, é a oportunidade de viver outras vidas, ser várias pessoas, é a experiência de ser o outro sem deixar de ser ele mesmo.



- É emocionante ver a reação das pessoas às nossas personagens. Isso me deixa realizado. Poder levar cultura, contar estórias mil e fazer algo diferente que emocione as pessoas, me gratifica - garante ele.



Para Custódio é impagável sentir a resposta do público à peça, ouvir os aplausos, saber que conseguiu agradar aquelas pessoas.



- O teatro não precisa estar cheio e mais, se apenas 4 ou 5 pessoas presentes aplaudirem a apresentação, mostrarem alguma reação positiva, já me sinto gratificado - afirma.



Todo o grupo é unânime ao afirmar que a falta de incentivos é a grande dificuldade para quem quer viver de fazer teatro. Eles acreditam que os empresários ainda não descobriram o quanto a imagem das empresas se fortalece ao ter o nome ligado à cultura. O nem sempre conseguir sobreviver da arte é o único senão da profissão que escolherem. Mas eles não deixam dúvida, mesmo com as pedras no caminho, não vão desistir. Jamais!



- O teatro já virou um vício. Mas um vício bom. Já fiz duas tentativas de parar e sem sucesso! - se diverte Edina.








Quem quiser conhecer de perto o trabalho da Cia Tríade de Teatro não pode perder suas apresentações na X Mostra de Teatro. O grupo vai apresentar para os norte-mineiros dois de seus espetáculos.



Na sexta-feira (29.07), às 20h, eles sobem ao palco do Centro Cultural Hermes de Paula com a peça Juca, um Jeca em: dura vida de solteiro. Voltado para o público adulto, o espetáculo é uma verdadeiríssima comédia baseada em causos populares do interior, que conta a história de um caipira que sai em busca de uma namorada.



No sábado (30.07) o grupo faz três apresentações da peça infantil A floresta encantada.  De uma forma bem divertida, a Cia Tríade de Teatro conta a história do Lobo Mau que quer mudar de vida,  pois está cansado de sempre ser o vilão das histórias infantis.



O espetáculo também será apresentado no teatro do Centro Cultural, às 16h, 18h e 20h.

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