As comemorações oficiais dos 150 anos de Montes Claros começam hoje, com o lançamento da Coleção Sesquicentenária, e show com a Orquestra de Rabecas do Sertão
Jerúsia Arruda
Repórter
jerusia@onorte.net
A programação oficial das comemorações dos 150 anos de Montes Claros está a todo vapor. Na galeria de artes Godofredo Guedes a exposição itinerante O Amanuense Cyro dos Anjos, promovida pela superintendência de Bibliotecas Públicas de Belo Horizonte, reúne 21 banners que recontam a vida e obra do escritor montes-clarense, que se projetou na literatura com o romance O Amanuense Belmiro, considerado hoje uma das obras-primas da literatura brasileira, e ocupou a cadeira número 24 na Academia Brasileira de Letras. A exposição pode ser vista até o dia cinco de julho.
Na noite desta quinta-feira, acontece o lançamento da Coleção Sesquicentenária, uma reedição de doze livros sobre a história de Montes Claros, com objetivo de resgatar a memória local e oferecer melhores condições de acesso à pesquisa para alunos dos ensinos médio e fundamental.
Reeditadas pela Editora Unimontes, as obras que formam a coleção do Projeto Sesquicentenário são Montes Claros: Sua História, Sua Gente, Seus Costumes, de Hermes Augusto de Paula (será dividido em três volumes); Efemérides, de Nelson Vianna (dividido em dois volumes); Foiceiros e Vaqueiros, de Nelson Vianna; Rebenta Boi, de Cândido Canela; Janelas do Sobrado, de João Valle Maurício; Menina do Sobrado, Cyro dos Anjos; Montes Claros era Assim, de Ruth Tupynambá Graça; Serões Montesclarenses, de Nelson Vianna; Montes Claros Primitiva, de Dário Cotrim; Nelson, o Personagem, de Haroldo Lívio; Monografia Histórica, Geográfica e Descriptiva de Montes Claros, Urbino Vianna; Quarenta Anos de Sertão, de Mauro Moreira; e Raízes de Minas, Simeão Ribeiro Pires.
As obras receberam novas capas com fotos de prédios históricos, como o Palácio Episcopal, o Mercado Antigo, a primeira casa da cidade e os casarões da Praça Doutor da Matriz. A coleção foi reunida em uma caixa personalizada para distribuição em escolas públicas, bibliotecas central e setoriais da Unimontes, Academia Montesclarense de Letras e Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.
O lançamento da Coleção Sesquicentenária acontece às 20h, no Centro Cultural Dr. Hermes de Paula. Logo após a cerimônia de lançamento, acontece a apresentação da Orquestra de Rabecas.
A Orquestra de Rabecas do Sertão se apresenta hoje,
na abertura da programação oficial das comemorações
dos 150 anos de Montes Claros (foto: arquivo)
Criada em Montes Claros durante as Festas de Agosto de 2005, a Orquestra de Rabecas do Sertão, única no mundo, inicialmente reuniu tocadores de rabeca oriundos dos diversos grupos de folia e ternos de congado da região, que já se apresentavam em festas tradicionais como folia de reis, festa de Santa Luzia, São Sebastião, entre outras, tocando músicas do cancioneiro popular.
Segundo o coordenador Leonardo Avelar, a orquestra cresceu, outras composições foram acrescentadas ao repertório e o grupo passou a apresentar canções de artistas consagrados como Almir Sater e Zé Coco do Riachão, tendo sempre como base a rabeca, espécie de violino de timbre mais baixo, com quatro cordas friccionadas em arco com crina untada em breu, que tem uma sonoridade roufenha e melancólica, tocada apoiada na altura do coração ou no ombro esquerdo, sempre a voluta para baixo.
Na sexta-feira, 29, acontece o lançamento do selo comemorativo dos 150 anos de Montes Claros, no parque de exposições João Alencar Athayde e show com Chico César, Pedro Moraes e Ruído Jack, na Praça de Esportes. Toda a programação é gratuita.