Michelle Tondineli
Repórter
O teatro Candido Canela ficou fechado para reforma por dois meses. No dia 08 de março acontece a sua reinauguração com uma programação especial. Dentro desta programação nos dias 09,10, 17 e 18 às 20h30min, o grupo teatral “Artecena”, com direção de Haroldo Soares apresenta o monólogo “A solidão das horas” de Rutinaldo Miranda.
A atriz Andréia Oliveira conta que o monologo é bem agitado, sem deixar o público cansado.
- O Haroldo me passou cinco monólogos para selecionar. Este texto foi o único em que não queria fazer, e decidi que eu deveria transformar este texto, interpretá-lo. O texto é bem ousado, agitado e por isso não consegui me imaginar interpretando ele. Gosto de fazer as coisas bem feitas e de receber criticas construtivas. Pensei e conclui que este texto seria ótimo, explica.
Andréia conta que na peça não precisou ser realizada adaptações e sim nela como atriz.
- Me importo com o que as pessoas vão dizer, e o que vou ter que ouvir? Tive que tirar este pensamento da peça para conseguir interpretá-la. A peça é bem agitada, que a personagem esta sozinha, mas ela quer falar e mostrar que esta sofrendo. Ela não pode falar com os amigos dela, mas ela fala consigo mesmo. O amante aparece só nas interpretações dela, conta.
Com o intuito de quebrar as barreiras da sociedade e da própria atriz, Andréia acreditou no espetáculo.
- A personagem é um pouco maluca, e o mundo dela é fechado nela e no em seu amante. Ela é uma médica pediatra. Eles têm o mistério deles, com a sociedade e com a mulher do cara. Isso acontece muito com casais. De certa forma a peça mostra o que realmente acontece, ela luta por seu amor e cometem besteiras e loucuras por causa desse amor. São coisas que acontecem na sociedade hoje em dia, ressalta.
A atriz explica que como todo homem encantado o amante dela a trata bem.
- Mas quando a personagem começa aproximar da família dele, ele se aborrece e eles brigam. Ela fica esperando ele ligar. Para ele, enquanto ela não interferia na vida dele tudo estava ótimo. O mundo dela é o quarto dela, o cenário é o quarto, com uma cama, criado mudo, telefone, guarda roupa. Por ela esperar a ligação do amante, ela usa a camisa dele, ressalta.
A censura é da peça é de 18 anos. Andréia diz que não por conter um texto poluído, mas pela sensualidade retratada pela personagem que vive só.
- Por amor, todos já cometeram loucuras. Uma loucura que ela fez, foi ter tirado um filho, por causa dele. Ela queria provar que o amava e atendeu o pedido dele. Fora isso tem várias outras coisas. Ele tem uma filha de cinco anos, e o romance dele já tem seis anos. E agora aparece a questão da mulher dele saber,afirma.
O ingresso custa R$ 10,00 e estará a venda na portaria da peça. Outras informações (38) 3229 – 3456.
ARTECENA DÁ OPORTUNIDADE A NOVOS ARTISTAS
O grupo Artecena gosta de trabalhar com novos artistas, dando oportunidade para aumentar este espaço cultural de Montes Claros.
Segundo Haroldo Soares, quando o artista está muito bem, ele diz que devem ir embora, procurar nas capitais grandes e novas oportunidade.
- Eu acredito em novos talentos, e interpretações. O Drama sempre é fantástico, e se tiver sentimento e emoção tudo vai bem. A solidão é perfeita, o espetáculo é excelente. Quem o faz é o artista, destaca.
Haroldo afirma que Andréia tem se saído bem.
- É complicado colocar novos artistas no mercado, mas fazer teatro é tão bom e puro. Quem realmente quer fazer teatro se sai bem, sem problemas e esta preparado para isso. A adaptação da Andréia exigiu tempo, mas hoje ela esta pronta e preparada. Os momentos de prazer e de ausência da personagem, a Andréia consegue interpretar, conclui.
Da Jaíba para Montes Claros, do teatro de escola para o profissional. É o que tem contribuído para a interpretação de Andréia Oliveira no espetáculo ‘A Solidão das Horas’.
- Comecei teatro com Haroldo, mas sempre fiz na escola em que estudei na Jaíba. Quando sai da Jaíba, eu não queria vir para Moc e fazer teatro, as pessoas quase não vão ao teatro aqui. Só que eu não poderia deixar de tentar e começar de baixo. Eu sempre incentivo as pessoas a ir ao teatro, comenta.
Andréia sugere que para melhorar a questão do teatro e cultura, deve-se ter investimento.
- Sem investimento não vamos a lugar nenhum. Com certeza me transformei da escola para o profissional, os erros que cometi na escola não podem mais acontecer, as pessoas querem ter emoção e nós não podemos falhar. Os ensaios são poucos, ficamos quase sete meses ensaiando, finalizou.