A maioria dos artistas de qualquer lugar do mundo pretende fazer sucesso, ser reconhecida nacionalmente ou internacionalmente. Não é diferente de Maria Tereza, Marcos Danilo e Talita Gomes. De acordo com Talita, viver só de música em Montes Claros é meio complicado:

- O artista aqui é pouco valorizado financeiramente. Mas é possível conciliar com outras coisas, como tentar cargo no Conservatório, dar aula de música particular ou em casas de música. E a nova lei que está por vir, obrigando as escolas estaduais a trabalhar com música, pode vir a melhorar. Não dá é para ganhar milhões, como muitos imaginam, mas o amor pelo que fazemos vale a pena.

Para Marcos Danilo, viver de música é difícil na cidade. Ele conta que faltam várias coisas para mover os bons artistas de Montes Claros.

- Acredito que falta incentivo, abertura de espaço, utilização das leis e valorização. Acho que as pessoas deveriam saber o momento certo e acreditar no que os artistas da cidade oferecem - afirma.

Os jovens costumam tocar sempre em barzinhos como Empório Canadá, Obelisco, Quintal, Jacks Fornearia, mas nada fixo. Talita revela que é difícil fixar parcerias nos bares, e muitos deles já possuem as suas.

- Falta espaço para fixar. Acredito porque aqui tem muito artista bom, e sempre queremos ir atrás, e aproveitamos ao máximo. Deveria ser dividido o espaço, como um rodízio da casa, tivesse mais artistas por noite. Tem artistas que não querem dividir por causa do cachê ou cover, afirma.

Com algumas músicas próprias e um repertório voltado para MPB e samba, Maria Tereza e Talita Gomes sempre aparecem com som acústico, seguido de voz e violão, e um, pouco de percussão.

- Eu e Maria Tereza temos algumas músicas gravadas, e queremos gravar cd até o fim do ano. Geralmente colocamos as músicas que o público mais gosta, no auge, de MPB e samba. Dividimos as músicas em blocos, assim sempre aproveitamos um momento para colocar o nosso som, frisa.

Ela disse que muitas pessoas não aceitam que o artista fique colocando suas músicas próprias, acha ruim.

- Mas nós respeitamos, porque estamos trabalhando e eles estão lá para ouvir o que pedem.  Já aconteceu de ficarmos sem tocar uma música, a La bela Biju de Alceu Valença que foi pedido de um cliente, estávamos meio inseguras e não animamos de tocar, mas da outra vez não fugimos, revela.

Quando o assunto é pagamento de cover, Talita afirma não recriminarem ninguém por pagarem a metade, ou por não quererem pagar.

- Fazemos a música por amor à arte mesmo. Tem muito lugar que nós tocamos e não recebemos nada, fazemos para mostrar a música e o artista. Aquele nervosismo não existe mais porque já estamos acostumadas a tocar para muita gente. Mas sempre pensamos se estamos agradando ao público e nos preparamos muito, chamamos amigos e pronto, conta.

Banda de forró, Grupo de Choro, dupla de MPB, sempre acaba tomando um tempo. Mas mesmo assim, Talita diz sempre conseguir conciliar um com o outro, raramente dando um encontro com apresentações ou ensaio.

- Os grupos recebem muitos convites para viagens, as duplas ainda não. E é meio difícil ir conciliar tudo, que temos muito trabalho. Tentamos conciliar e quase sempre são os mesmos artistas. Vamos tentando sempre da melhor forma. Uma vez toquei em um barzinho, ai fui ao conservatório, e voltei para o barzinho, completa.

Danilo possui músicas próprias e pretende gravar cd em 2010.

- Minhas músicas são mais da região, fala de festas de agosto, festa do pequi, infância, sobre o meio rural e outras coisas. Já com o forró é bem legal pegar aquele lado pé de serra, não ensaiamos com freqüência mas sempre estamos prontos, revela

Talita Gomes acredita que quem gosta de música deve tentar carreira na área, mesmo que seja um curso técnico como no conservatório ou de graduação como na Unimontes.

- Não me vejo fazendo outra coisa. Não me arrependo do que escolhi. O nível da cidade não é baixo, e estamos preparados e incentivados para valorizar a música da região. É difícil um pouquinho, mas conseguimos sempre, finaliza.

Para mais informações sobre as duplas ou grupos (38) 9162–1814. (MT)