Adriana Queiroz
Repórter
É de lá que tiro meu sustento. Minha vida está lá!- diz o violonista Tião Andrade, por telefone, referindo-se ao Celf- Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez.
Tião nasceu na comunidade de Santa Rosa de Lima e cresceu em Montes Claros
- E lá se vão mais de 30 anos de profissão – completa.
Tião nasceu na comunidade de Santa Rosa de Lima e cresceu em Montes Claros. Iniciou no violão bem jovem e, no Celf, participou do Instrumental Marina Silva, do grupo Banzé, do grupo de choro Geraldo Paulista e está sempre se reunindo com um grupo para exercitar o violão.
- No Celf estudei piano, baixo acústico e violão – conta.
Para ele, o Celf é uma grande fonte que jorra cultura e muitas pessoas que iniciaram lá, hoje são reconhecidas nacionalmente.
- O Celf serve como modelo para outros conservatórios do país e é um espaço onde as pessoas têm como extravasar seus talentos - analisa Tião.
O violonista nos conta que foram muitas as pessoas importantes na carreira e na vida pessoal, tanto na formação musical, quanto ao apoio, entre elas, a fundadora do Celf, dona Marina Lorenzo Fernandez.
- Dona Marina é uma pessoa que sempre me incentivou, uma mulher otimista, que nos dava muitas oportunidades. Também não poderia deixar de citar o professor Geraldo Pereira da Silva, o Geraldo Paulista, uma das referências da música instrumental de Montes Claros e a musicista Regina Coelho. Foi ela que me conduziu aos estudos - observa.
Tião também fala com orgulho de Antonieta Silvério, Yuri Popoff, Joaquim Carlos, Tino Gomes. E ainda destaca os professores Patrícia Peres, Thalita Peres e Walmir de Oliveira, que residem no Rio de Janeiro. Além, é claro, de tantos alunos que, anonimamente, ganham concursos Brasil afora, levando o nome do Celf e de Montes Claros.
- Eu diria para toda a família norte-mineira que encaminhe as crianças para esta instituição tão boa, que com certeza só tem a acrescentar na vida de cada uma delas. Além de moldar o caráter, transforma-as em cidadãos do bem. Eu nunca presenciei uma briga ali. Aquele lugar gera um sentimento de paz. É motivo de orgulho para a cidade e para o Norte de Minas – recomenda.
Quanto à falta de novos espaços para divulgar a arte e apoio aos músicos norte-mineiros ele diz:
- Falta apoio do poder público no sentido de gerar oportunidades e espaços adequados onde os artistas possam mostrar seu trabalho. Tem o Centro Cultural, mas é pequeno, deficiente, não comporta o tamanho da arte produzida na cidade - conclui.