A mistura do forró: conheça a banda Baião D’II

Jornal O Norte
20/07/2007 às 16:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:10

Remanescente de banda de axé, o Baião D’II traz no repertório uma combinação de ritmos, como calipso, arrocha e forró, para atrair o público norte-mineiro

Jerúsia Arruda


Repórter

Há muito que dançar forró já não é mais dois pra lá e dois pra cá, que é como se dançava o velho xote nordestino. Desde a morte de Luiz Gonzaga, em agosto de 1989, o gênero musical vem sendo reinventado para conquistar novos públicos.

O forró de hoje é cheio de misturas e é preciso mais do que noção rítmica para acompanhar a nova tendência, uma combinação de vários ritmos que leva o nome de novo forró, forró eletrônico e forró universitário – tão apreciado por estudantes da classe média.

O novo forró conquistou brasileiros de norte e a sul do país e, há muito, deixou de ser considerado música de paraíba, apesar de manter as características da música interiorana nordestina. Em Montes Claros, não se faz festa para jovens sem colocar no repertório uma boa trilha de forró e muitas bandas abandonaram o axé para abraçar o novo gênero e aumentar seu público.

A banda Baião D’II é um desses grupos, remanescente da Banda Nossa, grupo de axé formado em Montes Claros em meados da década de 1990, de onde saiu o cantor Jhonny, da dupla Jhonny e Roberta, e o guitarrista Colimério Rodrigues, que deixou o grupo para formar a banda Impacto.




Juliana, Wagner, Fátima e Nayara estão na comissão


de frente do Baião D’II (foto: Wilson Medeiros)

Fundado em 2005, o Baião D’II é formado por 10 integrantes, entre músicos, bailarinos e equipe técnica. Segundo Wagner Pedrosa, vocalista e líder do grupo, o carro-chefe do repertório é o arrocha, ritmo surgido na cidade de Candeias, no Recôncavo Baiano.

- A princípio também tocávamos axé, mas o público queria realmente dançar forró e, com a chegada do arrocha à região, começamos a tocar e percebemos que o ritmo contagiava o público. Hoje, nosso repertório é basicamente forró eletrônico e arrocha – conta o músico, que também é bailarino e professor de dança.

O grupo é formado por Juliana e Wagner (vocal); John (teclado); Márcio e Felipe (percussão); Wagner (guitarra) e Fátima e Nayara (bailarinas).

- Já gravamos dois CDs, com algumas músicas autorais e muitas releituras. Nas nossas composições, fazemos um forró mais descontraído, com letras de duplo sentido, que chamam a atenção e caem rapidamente no gosto do público – explica o vocalista.

No CD mais recente, a música de trabalho é Tô Doido, uma rapsódia da performance do quadro Jacinto & Jurema - Jajá e Juju -, do programa de humor Zorra Total, da Rede Globo, onde os atores Welder e Adriana encarnam um casal que mostra como o amor é lindo.

Se preparando para gravar o primeiro DVD, Wagner Pedrosa diz que só lamenta a falta de apoio e espaço para trabalhar.

- Já tocamos em várias cidades do Vale do Jequitinhonha, no Sul da Bahia, em Belo Horizonte, em algumas cidades do Norte de Minas, mas quase não trabalhamos em Montes Claros. Os promotores de eventos têm muita resistência com o artista da cidade, e quando contratam, querem pagar um cachê aquém do que pagam a bandas de outras cidades. Isso dificulta a manutenção do grupo. Precisamos estar sempre unidos e com muita disposição para enfrentar as dificuldades e não desistir - lamenta o cantor.

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