A magia que persiste: Montes Claros chegou a ter mais de meia dúzia de cinemas funcionando

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Jornal O Norte
Publicado em 12/01/2017 às 06:00.Atualizado em 15/11/2021 às 14:49.

Christine Antonini
Repórter

O cinema antigo era o ponto de encontro dos enamorados, os filmes eram projetados em preto e branco, com cenas aceleradas e sem som. Os anos passaram e a sétima arte ganhou novas tecnologias que a consolidaram como o mais famoso entretenimento da humanidade.

Montes Claros sempre foi uma cidade de cinéfilos, pessoas que trocariam outras diversões por uma sala de cinema em dias de chuva ou de sol. Na década de 1970, era uma das cidades de Minas Gerais que mais possuíam salas de cinema, espalhadas em diversos bairros da cidade, como Cine Montes Claros, Cine Coronel Ribeiro, Cine-Teatro Fátima, Cine Lafetá, Cine São Luís e Cine Ipiranga – e, para não deixar esquecido no tempo, na década anterior havia ainda o Cine Nova Olinda.

Nos anos 70 produções como Trapalhões, ET - O Extraterrestre, Guerra nas Estrelas (Star Wars) e Jornada nas Estrelas (Star Trek), atraíam o público que lotava as salas ao longo de toda a semana. As filas em frente aos cinemas eram imensas e os bilhetes, nas matinês de domingo eram os mais disputados. Se a tecnologia melhorou a qualidade dos filmes, o fenômeno também serviu para que a sétima arte perdesse grande massa de público com o advento do vídeo. As salas não suportaram a concorrência e fecharam. Em Montes Claros não sobrou uma.

HOJE
Atualmente Montes Claros possui apenas dois cinemas ativos: dos shoppings Ibituruna (Ibicinemas) e Montes Claros (Cinemais). Mesmo com o acesso fácil aos filmes, através de DVDs ou até mesmo por download, feitos pela internet, os adeptos das telonas preferem sair de casa e assistir aos filmes nas salas de projeção. Isso ocorre em Montes Claros e em todo o país, de acordo com a Agência Nacional do Cinema. O que pode ser provado com números: em 2015 as bilheterias arrecadaram R$ 232,2 milhões.

REUNIÃO DE PESSOAS
O professor de Cinema, coordenador do Curso de Jornalismos da Funorte, Elpídio Rocha Netto afirma que o segmento ainda resiste porque o ritual coletivo de assistir a um filme ainda encanta e envolve as pessoas.

- Quando a imagem é projetada na tela, o público é dominado pela narrativa e, aos poucos, vai se envolvendo com os dramas e as vitórias dos personagens. É a magia do cinema que perdura até os dias atuais – explica o professor.

O estudante de jornalismo, Felipe Augusto vai em média ao cinema pelo menos três vezes ao mês. Segundo o estudante, os filmes de ficção científica e baseados em fatos reais é que atraem mais a sua atenção.

- Assistir às produções em casa é mais cômodo, mas prefiro ir ao cinema, pois assim vejo em primeira mão, sem spoiler (quando alguém ou site adianta o que vai acontecer no filme) – diz.

FANTASIA COMPLETA
Hoje os filmes são feitos com superprodução, muita tecnologia com som e imagem em alta resolução, além da imagem em 3D aproximando o espectador ao real do acontecimento narrado no filme. Ainda segundo Elpídio Rocha, o comportamento e os costumes do consumidor também mudaram.

- O ritual de ir ao cinema para encontrar amigos, colegas ou fãs de determinados gêneros ou estilos de filmes permanece, mas o comportamento do público adquire especificidades: muitos vão ao cinema para comer pipoca, “dialogar” com a projeção fazendo farra e conversando alto; outros preferem as salas menores, de “filmes de arte”, para usufruir uma experiência de catarse ou imersão artística – conclui o professor.

VALOR
Ir ao cinema não é um programa acessível a todos os bolsos. Para quem não tem a meia-entrada (desconto para estudantes), o valor do ingresso pode custar até R$ 24 – dependendo do filme e da projeção (2D ou 3D). Além do bilhete, também tem os itens que acompanham o “ritual” de ver um filme no cinema, como pipoca, refrigerante e chocolate. Pessoas deficientes, idosos e crianças abaixo de três anos de idade não pagam entrada. E professores que apresentarem documento que prove a função, também têm desconto no bilhete.  

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