cultura

A arte de escrever em versos

No Dia Mundial da Poesia, O NORTE relembra nomes e conversa com professores e críticos sobre a graciosidade e a beleza do estilo literário

Adriana Queiroz
Publicado em 20/03/2023 às 20:42.
Para professores e poetas, a poesia ainda é um elemento importante de transformação (arquivo pessoal)

Para professores e poetas, a poesia ainda é um elemento importante de transformação (arquivo pessoal)

Montes Claros amanhece sorrindo nesta terça-feira, Dia Mundial da Poesia. Na ocasião, vale lembrar dos grandes poetas que Montes Claros teve, como Hermenegildo Chaves, o Monzeca; João Chaves, Agenor Barbosa e Cândido Canela. E continuam nos cercando com harmonia, encanto e vida nomes como Téo Azevedo, Dário Cotrim, Dorislene Araújo, Ivana Rebello, Cyntia Pinheiro; Amelina Chaves, Glorinha Mameluque, Evany Calábria, Rita de Cássia, Mara Narciso, Marta Verônica, Maria do Carmo Durães, Aroldo Pereira, Wagner Rocha, Osmar Oliva e tantos outros.

O NORTE conversou com novas vertentes da poesia norte-mineira e críticos do assunto. Cyntia Pinheiro é professora de música, pós-graduada em arte-educação e, atualmente, cursa o mestrado em Estudos Literários. É professora de dicção, solfejo, canto coral e canto no Conservatório Estadual Lorenzo Fernandez. Ela conta que desde criança é apaixonada por metáforas

“A expressão poética é algo que me transcende e emociona, eu amo ler Cecília Meireles e Drummond desde tenra idade. E nunca deixo de me encantar com a rítmica e as possibilidades sonoras do texto poético”, diz. 

Sobre o seu processo de escrita, ela diz que é sempre catártico. “Uma imagem, uma palavra, um gesto inesperado, tudo pode se tornar inspiração e, quando ela vem, sou vertente caudalosa. É uma sensação física de êxtase e satisfação transformar ideias em palavras. Não planejo muito, mas atualmente procuro lapidar melhor meus textos” revela.

O primeiro livro de poemas de Cyntia foi “Desatados, nós” (2019), depois “Fofoca poética”, “Versos ácidos, cândidos e divertidos” (2021); além da participação em algumas antologias nacionais. 

CONFORTO
O professor Osmar Pereira Oliva, formado em Letras Português e Francês, com mestrado e doutorado em Estudos Literários, disse que a poesia entrou em sua vida nos primeiros anos escolares.

“Foi por meio dos clubes de leitura e incentivo das professoras de primeira à quarta séries. A poesia se tornou um conforto para a minha vida de criança pobre e sofrida. Celebrar o Dia Mundial da Poesia serve para mostrar que a literatura ainda existe e resiste, apesar da falta de incentivo aos poetas e escritores”. 

A poesia como agente de transformação

Norte-mineira, Camila Souza é formada em Letras Português pela Unimontes, e na mesma instituição fez o mestrado em Estudos Literários. Atualmente, atua como professora de língua portuguesa na rede pública de ensino, em Uberlândia.

“A poesia entrou na minha vida desde muito cedo, ainda na minha infância. Primeiro, com as cantigas populares, depois quando comecei a ler. Aprendi a ler brincando de estudar, observando as minhas irmãs. Então isso fez com que eu tivesse um apego pelas palavras, gostava de fazer rima. Era estimulante ficar pensando em palavras que rimavam, fazendo versos e disputando com meu pai quem fazia a rima mais rápido. Na escola, meu contato com a poesia era apenas com o livro didático, quando conheci Cecília Meireles e esse nome ficou na minha memória”, revela.

Camila conta que não tinha acesso a livros literários. No ensino médio, em sua escola havia uma biblioteca que a aproximou da escrita em prosa.

“A virada de chave aconteceu quando me mudei para Montes Claros: descobri o Psiu Poético e fiquei encantada. Estava presenciando a poesia viva, diante dos meus olhos e ouvidos”, diz. 

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