Logotipo O Norte
Segunda-Feira,25 de Agosto

1ª Mostra Audiovisual do Norte de Minas

Durante três dias, centenas de pessoas passaram pela Mostra Pequi, no Centro Cultural Hermes de Paula

Jornal O Norte
Publicado em 10/06/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 16:03.

Por Adriana Quieroz











Alexandre Naval com Iara Dimas e os personagens Chaplin e Darth Vader

 

Naval é diretor de cinema pela Academia Internacional de Cinema de São Paulo, produtor e diretor de televisão e rádio pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Trabalhou em produções publicitárias da O2 filmes, do diretor Fernando Meireles, com Selton Melo e Wagner Moura, entre outros. No início deste mês, Naval promoveu a 1ª Mostra Audiovisual do Norte de Minas, no Centro Cultural Hermes de Paula. Para ele, o mercado audiovisual hoje, é bem democrático.

-Se você pensar que umas duas ou três décadas atrás este mesmo mercado era bem restrito, pois só quem fazia cinema e TV era quem tinha muito dinheiro. O cinema e a televisão é uma arte cara. Talvez por isso, o seu glamour tenha diminuído bastante comparado com a época de ouro do cinema americano. Hoje todos têm acesso aos meios de comunicações (broadcast), surgindo, assim, uma linguagem audiovisual mais democrática, onde qualquer pessoa pode produzir e dirigir um tipo de conteúdo audiovisual. O mais importante é que mercado está se adequando a esta ‘revolução’ – avalia.

Naval diz que na Mostra Pequi Audiovisual, criada e organizada por ele, havia uma categoria chamada Vídeo de Celular.

- Quer categoria mais acessível que esta? Uma grande deficiência hoje no meio é a arte de contar uma história (roteiro). Estou planejando ministrar uma oficina de roteiro no Psiu Poético/2016. De um modo geral, o mercado audiovisual no País é sacrificante, mas tem espaço para aqueles que estão constantemente se atualizando. As oportunidades ainda se concentram nos eixos Rio de Janeiro e São Paulo. Acredito na minimização deste problema através das políticas audiovisuais e pressão popular e artística - explica.

Especificamente para o Norte de Minas, Naval diz que a produção é bem tímida e sem incentivos. Diz que faltam os cursos nas áreas do Cinema e TV, principalmente os técnicos e artísticos, e que a produção é basicamente de VTs comerciais e programa independente de TV, muitas vezes sem os devidos recursos, principalmente econômicos.

- De uma maneira geral, a cidade está produzindo sem recursos do governo. Isso é muito importante. Montes Claros tem seu valor. Com a realização da Mostra Pequi de Audiovisual, fui às faculdades divulgar o evento. Pasmem, o pessoal que deveria estar ‘comendo’ a realização de conteúdos, com câmera na mão, microfone e luz, entre outros, estavam apáticos, pareciam ter ojeriza da arte de fazer imagem, acho que desmotivados. O reflexo veio na Mostra Pequi Audiovisual. A nossa intenção é promover a retomada audiovisual de Montes Claros. E para isso teremos muito trabalho. Contamos com apoio de toda a sociedade - conta.

Para ele, a 1º Mostra Pequi de Audiovisual do Norte de Minas em Montes Claros surpreendeu a todos. Cerca de mil pessoas passaram pelo Centro Cultural nos três dias de evento.

- Foi uma grande festa do audiovisual. Com direito a tapete vermelho para os artistas e público, personagens do cinema, tais como Charles Chaplin e Darth Vader, backdroop para fotos, distribuição de pipocas e a Banda do 55º Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro, tocando apenas os clássicos do cinema mundial. Acho que atingimos nosso objetivo de sermos uma janela de exibição para os realizadores do Norte de Minas, levarmos conhecimentos profissionalizantes da área através do Clube do Filme e promover o resgate do audiovisual na cidade de Montes Claros, um celeiro adormecido do cinema de outrora - avalia.

Foram recebidos aproximadamente 50 filmes e selecionados 39 para competição. Filmes de cidades como Corinto, Taiobeiras, e foram exibidos filmes de outras regiões do País. Toda a programação foi gratuita.

-Ano que vem tem mais. Queria agradecer ao Centro Cultural Hermes de Paula, à Fortseg e à Flôr do Pequi pelo apoio cultural. No final de agosto e início de setembro retomaremos com o Clube do Filme e todos estão convidados.

Com relação se faltam profissionais nesse mercado com formação ou experiência, Alexandre diz que se no Brasil falta, imagine no Norte de Minas, onde não tem formação voltada especificamente para área do cinema e TV.

- Tentamos minimizar este grave problema através das oficinas que ministro gratuitamente e através dos encontros do Clube do Filme. Em 2014, ganhamos o Festival de Cinema Guaíba/RS, com o curta ‘Além das Nossas Janelas’, produzido dentro das oficinas de cinema Alexandre Naval. Os filmes de alunos deste ano tiveram destaques positivos na Mostra Pequi, inclusive com premiações importantes. Esses mesmos filmes estão sendo inscritos em festivais nacionais importantes, como o de Gramado - revela.

Sobre as dificuldades para se apresentar um projeto para o mercado e os requisitos para um bom projeto vendável, ele conta que uma das grandes dificuldades é não possuir este tal mercado constituído (indústria do audiovisual).

- Nosso audiovisual sobrevive de incentivos público e privados, muitas vezes com cartas marcadas. Por isso, cada vez mais temos que estudar. Não existe cinema e TV sem estudar, neste meio não tem achismo, se quisermos disputar com o mundo lá fora. Um dos objetivos do Clube do Cinema é este: colocar na cabeça de seus alunos que não tem fórmula mágica e sim, estudo, e muito. Na Mostra Pequi deste ano, promovemos uma oficina gratuita de Empreendedorismo e Marketing Cultural, ministrada pelo produtor cultural Júnior Xavier. Através do Clube do Filme vamos ministrar oficinas de formatação de projetos. O realizador tem que saber formatar um projeto. Não tem mágica.

Compartilhar
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por