(MANOEL FREITAS)
Um homem de 59 anos foi morto a facadas na tarde de ontem, no bairro Jardim Brasil, em Montes Claros. Ele era acusado de abusar sexualmente de uma menina de 10 anos. Segundo a PM, o autor do crime é padrasto da criança, que foi preso minutos depois no centro da cidade.
O homem assassinado, Jair Soares da Silva, já havia sido preso em 2015 pela polícia por porte de drogas e uma coleção de aproximadamente 500 fotos de adolescentes seminuas.
De acordo com testemunhas, assim que o padrasto da menina soube que o abuso acontecia, decidiu fazer justiça com as próprias mãos. Ele foi até a casa de Jair e, ao ser recebido pelo homem com um sorriso de ironia, desferiu as facadas contra ele.
A mãe da menina de 10 anos, que estaria sendo abusada sexualmente há cinco meses, disse à reportagem que se sentia um lixo, porque também foi abusada, pelo mesmo homem, quando tinha a mesma idade da filha.
“Como era parente e o tempo passou, acabamos por adquirir confiança”. Ela revelou ainda que o último abuso sexual ocorreu na semana passada e que já estava desconfiando porque a filha “estava deprimida, chorava, não conversava, ficava sempre nervosa”.
De acordo com a mãe da garota violentada, a filha contou que não falava sobre o assunto com a família porque Jair a ameaçava. “Ele deixava bem claro que mataria eu, meu esposo e minha filha caso ela tornasse público os abusos”, conta a mãe. Ela frisou que o marido, assim que soube dos fatos, foi imediatamente à casa de Jair.
CURIOSOS
Com o local tomado por vizinhos e curiosos, a mãe da criança discutia com a tia da menina, que aos gritos, dizia que há muito tempo alertava que os abusos estavam ocorrendo. “Mas ninguém me ouvia, me falavam que eu cuidasse da minha vida, que eles cuidariam da menina”, gritava a tia da criança.
Enquanto esperava o término dos trabalhos da Perícia Civil, a reportagem do jornal O NORTE acompanhou os policiais militares que, seguindo informações anônimas, acharam nas proximidades a faca usada no crime. Neste mesmo momento, o autor era preso na praça Doutor Carlos, de onde foi levado para a Delegacia de Plantão.
CRIME
Mesmo cometendo crime de pedofilia em 2015, pelo qual segundo informações preliminares da PM Jair Soares da Silva teria cumprido pena de três anos, ele era tido como uma pessoa “sossegada” pela vizinhança.
Um morador disse que o pedófilo era “um cara muito legal, não criava caso com ninguém, apesar de ter sido abandonado pela mulher e morar sozinho”.
Uma moradora, de 66 anos, que reside no mesmo bairro, disse que não tinha nada contra a vítima. “Na verdade, eu não sabia muito. O conhecia e sabia que havia sido preso, mas não imaginava que fosse capaz de fazer o que fez”.