Maçons querem construção de outro cadeião em Moc

Jornal O Norte
18/11/2005 às 11:11.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:54

Girleno Alencar


Colaboração para O Norte

A maçonaria de Montes Claros apresentou ao secretário-adjunto de estado de Defesa Social, Luiz Flávio Sapori, pedido para que ser construído na cidade o Cadeião, no modelo de um presídio com capacidade para 400 a 500 presos, visando atender a demanda local, pois falta espaço para manter as pessoas presas em flagrante delito ou com prisão preventiva, e que aguardam a sentença judicial.

O pleito foi apresentado na manhã de terça-feira, 15, durante reunião realizada na loja maçônica Deus e Liberdade, que reuniu os presidentes dos Conselhos de veneráveis e maçônico de segurança, Sebastião Rocha Oliveira e Gildásio Alex Dias Rocha, assim como os veneráveis e obreiros de todas 16 lojas existentes em Moc.

A reunião foi realizada em caráter de urgência, devido à visita do governador Aécio Neves na próxima segunda-feira, 21, a Moc, para entregar viaturas às policias militar e civil e inaugurar o Centro de reeducação do menor de Montes Claros.

OUTRAS REIVINDICAÇÕES

Na abertura dos trabalhos, o presidente do Conselho de veneráveis, Sebastião Rocha Oliveira, mostrou ao secretário que o crescimento da violência está inquietando a população e, por isto, a exigência de toda comunidade pela construção de sistema prisional.

O presidente da 11a Sub-secção da OAB - Ordem dos advogados do Brasil, Dalton Caldeira Rocha, reforçou o argumento pela construção do Cadeião/Presídio, pois lembra que o problema de Moc não é o preso condenado, já que a penitenciária de Francisco Sá atende essa demanda. Porém, falta local para os presos que aguardam julgamento e a atual cadeia pública não atende a demanda, pois foi construída há mais de 20 anos, com material e tecnologia obsoletos, que não oferecem mais segurança.

Ele cobrou melhoria dos equipamentos das policias e a vinda de um helicóptero, assim como a instalação de uma Vara de execuções penais em Francisco Sá.

BATALHÃO EXCLUSIVO

O presidente do Conselho maçônico de segurança, Gildásio Alex Dias Rocha, mostrou que o governador Aécio Neves liberou R$ 900 mil para a compra de viaturas da polícia civil e foram economizados R$ 374.360, que devem ser aplicados em materiais como coletes e armas para a corporação, o que não ocorreu. Ele pediu que o 10o Batalhão seja exclusivo de Montes Claros e que tenha seu efetivo aumentado, pois, quando criado, a cidade tinha 30 mil habitantes e agora tem 340 mil.

Pediu a destinação de helicóptero para atender todo o Norte de Minas, pois hangar foi construído pela comunidade, assim como mostrou a necessidade de se concluir as obras do prédio do batalhão do corpo de bombeiros, onde viaturas dormem na rua atualmente, por falta de espaço no atual prédio. E apontou como prioridade absoluta a construção do cadeião, e lembra que já foram aplicados quase R$ 3 milhões na atual cadeia pública, sem atender a necessidade, pois está localizada em local inadequado.

ATÉ HELICÓPTERO

O  presidente do Conselho de veneráveis do Norte de Minas, Sebastião Rocha Oliveira, mostrou ao secretário Luiz Flávio Sapori que a principal prioridade atualmente de Moc é construir um cadeião e, por isto, a expectativa do governador Aécio Neves anunciar a obra na sua visita de segunda-feira, dia 21. A vinda de helicóptero, segundo ele, é para inibir assaltantes de bancos e seqüestradores, o que hoje depende de Belo Horizonte.

A transformação do 10o Batalhão em unidade exclusiva para Moc, com a criação de Companhia independente em Taiobeiras foi reforçada pelo presidente.

O obreiro Denílson Silveira, da Loja Capitão Enéas, de Francisco Sá, reforçou a urgência em se criar a Vara de execuções penais naquela cidade, lembrando que a quantidade de processos é grande. Ele pediu a criação de Companhia independente no município, pois lembra que a penitenciária exige atenção contínua e, atualmente, o município conta com 18 militares, sendo nove residentes em Moc, e apenas uma viatura.

O venerável Sidney Cruz fez relato do crescimento do índice de violência em Moc, que tem deixado a população inquieta, principalmente com a grande quantidade de assassinatos e furtos. Mostrou que, a despeito dessa situação, viaturas da policia civil ficaram paradas mais de 60 dias, enquanto policiais sequer tinham veículos para atuar. O venerável reforçou o pleito para a imediata instalação da Vara de execuções penais e pediu ao estado para solicitar ao Tribunal de justiça de Minas Gerais a adoção dessa medida. Outros obreiros mostraram ao secretário-adjunto estadual problemas enfrentados na cidade, como falta de pátio para guardar veículos apreendidos.

VAI ENTREGAR

Na sua exposição, o secretário-adjunto Luiz Flávio Sapori elogiou a maçonaria pela mobilização em defesa dos interesses da comunidade e especialmente pela criação do Conselho maçônico de segurança e anunciou que entregará ao governador Aécio Neves e ao secretário Antônio Augusto Anastasia Júnior os pleitos apresentados. Ele lembra que o diagnóstico realizado em Minas nas 270 cadeias públicas mostrou que em 70% a situação é ruim ou precária e difícil apontar qual a pior. Ele reconhece que a cadeia de Moc é problemática e, por isto, mostrará o relatório ao governador. O processo de prioridade dos investimentos passa por critérios técnicos e que a segurança pública recebeu R$ 3 milhões em Moc, sendo R$ 2,1 milhões da policia militar e R$ 900 mil da polícia civil, e que os R$ 374.360, que sobraram da compra das viaturas retornarão a Moc para a compra de equipamentos e armas e, ainda, de um rabecão. E que programa de prevenção começa a funcionar em dezembro. O secretário reforçou que o governador Aécio Neves deverá anunciar novidades para Moc na sua visita de segunda-feira.

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