Cresce o número de registros de armas em Moc

Jornal O Norte
21/10/2005 às 09:51.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:53

Gissele Niza


Repórter

Com a proximidade do referendo sobre a proibição da venda de armas de fogo e munição no Brasil, muitos cidadãos temerosos de que o “sim” vença a consulta no próximo domingo resolveram se armar antes do pleito.

Estatísticas do Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal mostram que o número de armas registradas este ano no País é quase quatro vezes maior do que o de 2004.

O crescimento foi de 285% em relação ao ano passado. Em todo país foram 70.405 armas registradas até outubro deste ano, contra 18.287 em todo o ano passado.

De acordo com informações da Polícia Federal de Montes Claros o número de registros de armas e compra de munição no município cresceu mais de 50% nos últimos meses.

Entre as solicitações de registro das armas e compra de munição, os policiais militares, civis e bombeiros lideram o ranking.

No índice de 50% de aumento dos registros os policiais militares, civis e bombeiros representam 45% e os civis apenas 10%.

O REGISTRO

O registro da arma é necessário para viabilizar legalmente a compra ou para legalizar uma arma que já estava de posse do dono, mas não constava dos arquivos da Polícia Federal.

Essas armas usadas, maioria nos novos registros, são revólveres, pistolas e espingardas cujos donos nunca tinham se preocupado em legalizá-los - ou que tinham registro estadual e agora foram federalizados, como manda o Estatuto do Desarmamento (até dezembro de 2006 todos os registros estaduais devem se tornar federais).

Para obter o registro da Polícia Federal o cidadão deve fazer um exame psicotécnico, comprovar a necessidade de possuir uma arma, apresentar documentos pessoais e antecedentes criminais. Estes documentos serão encaminhados a um delegado de Polícia Federal, que avaliará se o registro será liberado ou não.

SEGURANÇA PESSOAL

O funcionário público, E.N.S, 35 anos, decidiu comprar uma arma e legalizá-la antes do resultado do referendo, pois defende que a segurança de sua família pode ficar comprometida se o “sim” for aprovado no dia 23.

- Sempre defendi que é preferível prevenir do que remediar. Comprei uma arma legalizada porque tenho que assegurar a segurança de minha família. Não acho justo que os bandidos reforcem seus arsenais enquanto o cidadão de bem é desarmado – observou E.N.S.

Morador do bairro Morrinhos, E.N.S, teve sua casa arrombada duas vezes e ressalta que – a região é muito perigosa, assim como toda a cidade.

- A segurança pessoal e da família deve estar em primeiro lugar. Se os bandidos tiverem certeza que não temos armas dentro de casa assistiremos a redenção da criminalidade em todo o país – afirmou o funcionário público.

BANG-BANG

Motorista há 42 anos, o aposentado F.C.N. devolveu sua arma a Polícia Federal após a campanha do desarmamento e defende que toda a população deve ser desarmada.

- Já presenciei muita desgraça proveniente de armas de fogo dentro de casa. Devolvi a minha e aconselho a todos que possuem uma arma a devolverem também, e quem não tem jamais comprá-la. Não acredito na hipótese da legítima defesa, se cada um de nós reagirmos aos possíveis ataques de bandidos com troca de fogo, viveremos um verdadeiro bang-bang – afirmou o aposentado.

Para F.C.N, a arma que todos devemos ter - é o amor de Deus nos corações.

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