Quadrilhas que tocaram o terror no interior de Minas, com explosões cinematográficas de caixas eletrônicos nos últimos dois anos, começam a mudar a estratégia de ataque. Agora, o “novo cangaço” mira no sequestro de bancários e familiares deles para chegar aos cofres das instituições financeiras.
O retorno do crime do “sapatinho”, comum no início da década de 2000, chega com um nível de profissionalização ainda maior e já desperta a atenção das forças de segurança, além de impor uma rotina de medo entre os funcionários dos bancos.
“Nos últimos dois meses, os criminosos estão voltando a praticar esses sequestros que foram muito usados no passado. Mas, agora, eles incrementaram a ação, amarrando bombas no corpo da vítima”, diz Felipe Freitas, delegado do Deoesp, à frente da Polícia Civil na força-tarefa criada no Estado para combater os ataques.
Neste ano já houve quatro casos em Minas. O primeiro em 11 de janeiro, em São Gonçalo do Pará. Dias depois, o mesmo método foi usado em Nova Serrana, também no Centro-Oeste. Em março, foram dois casos seguidos: um em Esmeraldas, na Grande BH, e o último em Paineiras, na Central.
No último sequestro, os bandidos mantiveram cinco parentes de uma gerente do Sicoob Credioeste em cativeiro por 24 horas, incluindo o filho dela, de 2 anos.
Para o delegado Freitas, o que motivou o retorno do crime do sapatinho foi o cerco aos ataques a caixas eletrônicos. “Vários (criminosos) foram presos, alguns morreram em confronto. Está cada vez mais difícil para eles. Sem contar que sai mais barato o sapatinho porque os bandidos não precisam de armamento pesado e tantas pessoas como nas explosões”. A força-tarefa tem buscado alternativas para inibir as ações.