Santos Reis perde bando do tráfico

Operação Corvo prende nove suspeitos e descobre elo de dois internos do Presídio Regional com o crime

Manoel Freitas
Montes Claros
27/06/2018 às 06:36.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:01
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Depois de um ano de investigações, a Polícia Civil de Montes Claros, por meio da Delegacia Especializada Antidrogas, acredita ter atingido a “espinha dorsal” do tráfico na Vila São Francisco de Assis, o Morro do Frade, que fica no bairro Santos Reis, considerada uma das mais antigas zonas de criminalidade do município.

Durante a Operação Corvo, realizada na manhã de ontem, foram presos nove suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na região e descoberta a ligação de dois detentos que atuavam de dentro do Presídio Regional – um deles acusado de ataque a caixas eletrônicos. 

Os 11 foram apresentados pela polícia à imprensa. Todos tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias.

De acordo com o delegado Regional, Jurandir Rodrigues César Filho, os alvos foram monitorados durante um ano com a ajuda de denúncias anônimas, campanas e escutas telefônicas, chegando-se à identificação de uma quadrilha que distribuía drogas vindas de São Paulo.

Segundo a Polícia Civil, todos os suspeitos possuem passagens relacionadas ao tráfico de drogas, exceto Matheus Ferreira da Silva, conhecido como “Batatinha”. Ele seria o gerente do tráfico no Morro do Frade. O local, em função da dificuldade de acesso, exigiu muita articulação da polícia, que empregou na manhã de ontem 45 policiais, 15 viaturas e contou com apoio de uma aeronave do Núcleo de Operações Aéreas.

O grupo abastecia, além do Santos Reis, os bairros Eldorado, Bela Paisagem e Vila Atlântida, sendo que os levantamentos mostraram que Guilherme Ribeiro, o “Guilhermão”, é quem fazia a droga – cocaína, crack e maconha – chegar aos demais traficantes.
 
PULVERIZAÇÃO 
Para o chefe de Departamento da II Região Integrada de Segurança Pública, Renato Nunes Henriques, o tráfico na cidade agora acontece de forma pulverizada, não existindo mais a divisão entre duas facções. “É um tráfico pulverizado, feito em loteamentos, que reclama esse tipo de operação”, afirma.

Tal situação acaba impactando na redução dos homicídios, avalia o delegado de Operações Especiais, Herivelton Santana. “Com a saída de cena de dois grupos rivais, caiu o número de homicídios. No ano passado, por exemplo, 90% dos assassinatos tinham ligação com a distribuição de drogas, percentual que caiu para 10%”.

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