União de esforços para evitar suicídio

Parceria e atendimento preventivo são apontados como opções para conter aumento de casos de autoextermínio

Márcia Vieira
Montes Claros
11/10/2017 às 19:17.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:11
 (Divulgação/ Ludmila Guimaraes)

(Divulgação/ Ludmila Guimaraes)

A prevenção ao suicídio foi discutida na Câmara Federal em Audiência Pública da Comissão de Seguridade Social, a partir de requerimento da deputada Raquel Muniz (PSD-MG) e do deputado Odorico Monteiro (PSB-CE). 

A tragédia que aconteceu recentemente em Janaúba (MG), segundo a deputada, ilustra a necessidade da atuação conjunta para prevenção das situações.

“Há uma necessidade de aprendermos muito em relação ao suicídio e uma tragédia como essa mostra o quanto é importante desenvolver ações efetivas no âmbito da saúde mental”, disse Raquel Muniz, que pediu apoio ao Ministério da Saúde para direcionar esforços à cidade norte-mineira impactada pelo acontecimento.

Para a parlamentar, a presença constante do agente comunitário nas comunidades é uma alternativa.

“O agente comunitário em visita aos domicílios ajuda a identificar precocemente alguns sinais e sintomas que podem ser tratados. Pedimos também ao ministério a reprodução do material que deve ser levado à população e profissionais como jornalistas para auxiliar na divulgação e prevenção”, complementou.
 
AUXÍLIO
A cada 45 minutos é registrado um suicídio no Brasil e 90% dos casos poderiam ser evitados, de acordo com Leila Heredia Ferreira, vice-coordenadora do Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade de apoio emocional e prevenção ao suicídio que atua há 55 anos no Brasil com 200 mil voluntários distribuídos em 170 postos. O atendimento é feito via telefone e o anonimato é garantido.

“É trabalho para muitas mãos e somos apenas uma ponta desta rede, desenvolvida em conjunto com pessoas que estão à frente das políticas públicas. Fazemos o trabalho de escuta, sem julgamentos e sem censura, seja qual for o tipo de problema, 24h por dia e 365 dias ao ano”, declara Leila.
 
PARCERIA 
A entidade fez um acordo de cooperação com o Ministério da Saúde e por meio do telefone 188, já está presente em nove estados brasileiros com um programa piloto que começou no Rio Grande do Sul a partir do acidente na boate Kiss em 2015. 

“Quando começou a funcionar, o serviço recebia 4.500 ligações por ano. Este número saltou para 58.800 ligações em 2016. A meta é que até 2020 todo o Brasil esteja interligado nesta rede”, revela Leila.

Cíntia Araújo, representante do Ministério da Saúde, destacou que nem todos os suicidas têm transtorno mental e o governo vem desenvolvendo programas para tratar o assunto. 

“Não é só o cuidado e a atenção básica, são ações de prevenção e promoção da qualidade de vida para criar sociedades mais coesas e menos vulneráveis a situações de sofrimento”, pontua. 

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