O mosquito da espécie Culex quinquefasciatus, o popular pernilongo, não é capaz de transmitir o vírus da zika, de acordo com um novo estudo feito por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, em parceria com pesquisadores do Instituto Pasteur, em Paris (França).
A transmissão do vírus pelo pernilongo tem sido uma das hipóteses levantadas para explicar o rápido alastramento da zika no mundo. Mas no novo estudo, os cientistas analisaram mosquitos Culex coletados no Rio e infectados em laboratório e concluíram que eles não continham partículas infectantes do vírus.
De acordo com os autores do artigo, a conclusão do estudo é importante para que as políticas públicas de combate ao zika sejam focadas no controle do aedes aegypti, cuja capacidade de transmitir o vírus é comprovadamente alta.
Os estudos foram feitos entre janeiro e maio. Os ovos e larvas dos pernilongos foram coletados. Os insetos se tornaram adultos e foram alimentados com sangue infectado de duas linhagens do zika encontradas no Rio. Os pernilongos tiveram o corpo, a cabeça e a saliva analisados em diferentes períodos, de uma a três semanas após a infecção. As taxas de infecção foram mínimas ou completamente ausentes em diferentes combinações de linhagens de vírus e populações de pernilongos.