MOC registra quatro mortes por gripe

Com baixa cobertura vacinal, município investiga outros cinco casos suspeitos; restam 1.270 vacinas nos postos

Christine Antonini
Montes Claros
31/07/2018 às 07:51.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:40

Montes Claros já registra quatro mortes por gripe neste ano e outros cinco casos suspeitos estão sob investigação. Números que preocupam porque os óbitos pela doença em Minas aumentaram 90% neste ano. Até a segunda quinzena de julho, 57 mineiros perderam a vida após ficarem doentes. No mesmo período de 2017 foram 30 mortes.

Uma morte também foi confirmada em Pirapora, que tem mais três sendo investigadas. Em Januária, um caso que está sob análise.

O avanço do vírus H1N1, mais agressivo e de maior circulação no país, é o principal motivo para o salto nas ocorrências. E é justamente ele que fez as vítimas em Montes Claros, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Além disso, outro agravante é a demora para se atingir a meta de vacinação na campanha nacional, que foi prorrogada por duas vezes. Montes Claros ainda está com baixa cobertura vacinal contra o vírus da gripe. Mesmo estendendo a campanha e incluindo uma nova faixa etária, sobram nos postos de saúde 1.270 doses.

Segundo o balanço municipal, a campanha de vacinação contra a gripe imunizou 72.966 pessoas, mas a expectativa era a de que pelo menos 100 mil fossem vacinadas, ou seja, pelo menos 27 mil pessoas estão desprotegidas. Foram 35.761 idosos, 15.959 gestantes e 3.137 crianças de 6 meses a 5 anos. 

Da campanha restaram 2.500 doses de vacina que foram destinadas, desde o mês passado, para um novo grupo: adultos de 50 a 59 anos e crianças de 5 a 9 anos. Porém, mesmo com a ampliação da abrangência, a procura pela imunização foi baixa: entre os adultos, 638 procuraram os postos de saúde, e 592 crianças receberam a vacina.

O intuito do Ministério da Saúde ao autorizar a imunização desses dois públicos era que mais pessoas pudessem ficar protegidas contra o vírus de circulação sazonal, Influenza. A vacina é trivalente, protegendo contra três tipos de vírus: H3N2, o H1N1 e o Influenza B.

“Existem três tipos do vírus que circulam no Brasil. Um deles é mais brando (H3N2), mas o H1N1 é historicamente responsável por mais óbitos, em adultos e idosos que já têm alguma doença, o que é um fator de risco”, diz o infectologista Unaí Tupinambás. 

Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano acrescenta que muitas pessoas se imunizaram quando os vírus já estavam em circulação. “Elas não se protegeram a tempo, essa é uma hipótese que não podemos descartar”. Para o médico, diagnóstico e tratamento tardios também devem ser levados em conta.

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