(Maurício Vieira)
Receber o diagnóstico do câncer de mama provocou na monitora de inclusão Jaqueline Ferreira, de 52 anos, uma mistura de sentimentos. Do medo da morte à raiva de a doença tê-la “escolhido”. “Bateu um desespero na hora, nunca imaginei que isso pudesse acontecer comigo”, revela.
De um ano para cá, ela passou por três cirurgias e por sessões de radioterapia. “O tratamento fazia comigo igual a criptonita faz com o Super-Homem. Fiquei fraca, mas superei”, comemora.
Jaqueline já retornou ao trabalho, sente-se renovada com a chegada de dois novos netinhos e, principalmente, curada. “Atribuo o sucesso do meu tratamento à descoberta da doença ainda no início”.
A conclusão a que a monitora de inclusão chegou está correta, de acordo com Mariane Tarabal, médica do Hermes Pardini. Conforme a especialista, o autoexame é importante “mas não pode substituir o exame médico e a mamografia. Em paralelo, é fundamental que a mulher conheça o próprio corpo e fique atenta para alterações como caroço, secreção e mudança de aspecto”.
O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) Regional Minas Gerais, Waldeir Almeida, ressalta que “quando o câncer é descoberto no início a chance do tratamento conservador, que mantém a mama, e sem necessidade do esvaziamento axilar, é muito grande”.
CAMPANHA
Pela conscientização cada vez maior das mulheres para as medidas de prevenção da doença e a necessidade da realização de exames, a SBM promove, neste mês, a campanha “Outubro Rosa”. Neste ano, a ação tem o tema “Contra o câncer, Pela vida!”.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres em todo o mundo, incluindo o Brasil. Cerca de 60 mil novos casos são esperados pela entidade em 2017.
“Elas devem abandonar os medos e fazerem exames de prevenção regularmente e praticarem atividade física com regularidade para prevenir a doença”, observa.
SAIBA MAIS
Mitos e verdades
Desenvolver um câncer é um castigo
Mito - O surgimento de qualquer tipo está relacionado a inúmeras causas, entre elas, e fatores de risco, como maus hábitos alimentares, consumo exagerado de álcool, sedentarismo e, principalmente, o tabagismo.
Desodorante antiperspirante causa câncer
Mito - Não. Esse é um boato que circula na Internet. Na axila nem há células mamárias. Não há pesquisas ou estudos que demonstrem haver qualquer ligação entre as duas coisas. O que pode acontecer é a obstrução de algumas glândulas sudoríparas, mas isso não afeta a mama.
Amamentar protege a mama do câncer
Verdade - Quando o bebê mama, as células mamárias ficam produzindo leite e se multiplicam menos, o que reduz o risco de contrair a doença.
O câncer tem cura
Verdade - Embora a medicina mencione que cada paciente responde de maneira particular às terapias, o câncer é curável, desde que diagnosticado precocemente e acompanhado corretamente.