Se você considerou algum tipo de medida anticoncepcional, é possível que tenha ouvido alguém recomendar o dispositivo intrauterino, ou DIU. O método, considerado por muitos o mais eficaz contraceptivo reversível do mercado, cresceu exponencialmente em popularidade na última década, apesar de ainda ter baixas taxas de uso.
O ginecologista montes-clarense Anderson Gonçalves explica que, antes de tudo, na escolha do método contraceptivo é importante que o método seja eficaz e confortável.
- O único método que previne as doenças sexualmente transmissíveis é o preservativo (camisinha) seja feminino ou masculino. Não há outro substituo pra ele atualmente, mas para os casais que não querem ter filhos o DIU pode ser uma peça fundamental que não agride tanto o organismo – explica.
Segundo o médico, além da ação contraceptiva, o método não exige que a mulher tome medicação diariamente para ter sua função preservada, como as pílulas, e sua ação é de até 10 anos no caso do DIU de cobre.
- Os estudos sugerem que o DIU atua impedindo a fecundação porque torna mais difícil a passagem do espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino, reduzindo a possibilidade de fertilização do óvulo. O DIU de cobre afeta os espermatozóides e os óvulos de várias maneiras. Eles estimulam reação inflamatória pronunciada ou reação à presença de corpos estranhos no útero. Poucos espermatozóides chegam às trompas de Falópio, e os que chegam, com toda probabilidade, não são aptos para fertilizar um óvulo, é importante ressaltar que o DIU não mata o feto sua função é inibir a fertilização – informa o Dr. Anderson.
O médico ainda explica que muitas mulheres ficam receosas em adotar o DIU como método contraceptivo de longo prazo, mas trata-se de um dos métodos mais seguros disponíveis no mercado e que é indicado para grande parte das mulheres que querem evitar uma gestação inesperada.
- São muitos os mitos em torno do uso do DIU, como infertilidade, doença inflamatória pélvica e que seria um método abortivo, mas o dispositivo não provoca nenhum desses problemas - tranquiliza.
O dispositivo não afeta em nada a fertilidade. A mulher que utiliza o DIU e decide engravidar precisa apenas procurar seu ginecologista para que ele retire o dispositivo, assim, após o próximo ciclo menstrual, aproximadamente 30 dias, a mulher já estará com o corpo pronto para iniciar uma gravidez.
COBERTURA PELO SUS
No município de Montes Claros, a inserção do DIU de cobre pelo SUS ocorre na maioria dos pólos de ginecologia e no ambulatório de DIU, sediado no Programa Saúde da Mulher. O procedimento no Programa Saúde da Mulher é realizado com o acompanhamento do Dr. Anderson Gonçalves de Souza, médico ginecologista e referência técnica municipal, e nos demais pólos acompanhado pelo ginecologista do território.
Se houver interesse em realizar o procedimento, a Estratégia Saúde da Família de referência deve ser procurada para realização do Planejamento Reprodutivo e obtenção de mais informações.