Câncer: diagnóstico tardio potencializa óbitos em Montes Claros

Dificuldades na identificação do colocam Montes Claros entre as cidades com mais mortes pela doença

Christine Antonini
19/08/2017 às 01:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:09
 (ASCOM ASSOCIAÇÃO PRESENTE/DIVULGAÇÃO)

(ASCOM ASSOCIAÇÃO PRESENTE/DIVULGAÇÃO)

A demora no diagnóstico contribui para que Montes Claros fique entre os municípios com maior número de óbitos por câncer em Minas Gerais. Esse e outros assuntos relativos à doença foram debatidos no 1° Congresso Nacional de Oncologia da Associação Presente, que vai até amanhã na cidade.

Segundo a Secretaria do Estado da Saúde, Montes Claros está entre os quatro municípios mineiros de alta prevalência de óbitos por câncer avançado. “Temos altos números de óbitos devido o diagnóstico tardio. Por isso, sempre alertamos sobre a importância dos exames de prevenção”, ressalta Priscila Miranda, médica referência no tratamento oncológico no Norte de Minas e presidente da Associação Presente.

Os tipos de câncer mais comuns na cidade seguem a média nacional. Nos homens são de próstata, pulmão e estômago. Já nas mulheres, os cânceres de mama, colo de útero e intestino.
 
CONGRESSO
O tema do congresso é “Fé e Ciência”. O assunto foi detalhado no primeiro dia por Filomena Camilo do Vale, médica pediatra e responsável pelo Centro de Terapia Intensiva do hospital Santa Casa de Belo Horizonte.

A especialista pontuou que a fé e a ciência podem andar juntas, e que isso é de suma importância para os diagnósticos sejam adequados e os tratamentos eficazes. “Temos a obrigação de trazer o de mais avançado na ciência, com diagnóstico correto e com o melhor tratamento. Mas isso não impede que o médico tenha compaixão, seja solidário ao paciente e à família. Quero mostrar que isso é possível. Onde a ciência diz não, a fé fala sim. Já presenciei inúmeros milagres, que para a ciência tudo já havia feito, mas para Deus ainda existia esperança”, destacou a palestrante.
 
APRENDIZADO
O evento conta com a presença de estudantes de medicina e de diversos profissionais da saúde, que tiveram a oportunidade de trocar experiências em diferentes contextos fundamentais para o avanço no conhecimento da doença e na implantação de estratégias de prevenção. “Pretendo em me especializar em pediatria. Então, através desse evento pude perceber que não basta o estudo técnico, é necessário a sensibilidade”, disse o estudante de medicina, Lucas Mendes.
 
TRABALHO
Atualmente, a associação não tem apoio financeiro do município e se mantém através de recursos próprios e doações, oferecendo hospedagem gratuita para pacientes oncológicos oriundos de diversas cidades do norte de Minas.

A instituição também desenvolve projetos de conscientização, sensibi-lização e mobilização pública, através da disseminação de informação e educação em saúde e defesa de causa e direitos dos pacientes com câncer.

Há sete anos há instituição realiza o “Mutirão do Câncer”, com intuito de realizar exames preventivos gratuitamente à população. Em 2016 foram atendidas 2340 pessoas, das quais 19 foram diagnosticados com algum tipo de câncer e encaminhadas para tratamento.

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