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Mais do que uma massagem relaxante para os bebês, shantala aproxima mãe e filho

Patrícia Santos Dumont
Hoje em Dia - Belo Horizonte
24/02/2018 às 00:25.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:33

Num primeiro momento, ela parece ser uma massagem simples e sem muitos benefícios além de proporcionar relaxamento e bem-estar. O que nem todo mundo sabe é que a shantala – movimentos suaves, mas consistentes, feitos com as mãos pelo corpo do bebê – traz mais do que ganhos físicos. 

Técnica indiana descoberta há 40 anos, reforça o vínculo afetivo entre mãe e filho, aumenta a confiança e a segurança de ambos, melhora o tônus muscular do recém-nascido, e harmoniza e equilibra os sistemas imunológico, respiratório, digestivo, circulatório e linfático da criança. 

Facilitadora da técnica há 16 anos, a terapeuta holística Renata Silva diz que uma das mais importantes contribuições da shantala é o estreitamento dos laços entre mãe e filho. Recomendada a partir do primeiro mês de vida do bebê,, a massagem deve ser diária e feita por pai ou mãe. 

“O ritual do mesmo horário, da mesma música e da sequência dos toques ajuda a dar mais segurança à relação e estimula o bebê a ter consciência do próprio corpo desde novinho. Com o passar do tempo, quando a mãe disser que irá massageá-lo, ele mesmo levantará a perninha”, brinca Renata. 
 
EXPERIÊNCIAS 
Mãe de primeira viagem, a médica Marla Rocha Alves Ribeiro, de 32 anos, é adepta da shantala desde os primeiros 30 dias de vida de Pedro, de 3 meses. Os benefícios, garante, são incontáveis. “Queria deixá-lo mais relaxado e aumentar ainda mais o nosso vínculo. E foi realmente uma bênção. Ele até ri durante a massagem”, conta. 

A confeiteira Nadjala Mussi Abuid, de 37 anos, também comprovou com Lucas, de 7 meses, os benefícios da shantala, procurada principalmente para amenizar as cólicas do recém-nascido. “O mais interessante foi reforçar o vínculo afetivo. Antes, tinha medo de tocá-lo, por ser muito frágil. A massagem me deu segurança”.
 
CONHECIMENTO
Antes de partir para a prática, no entanto, é preciso conhecer a técnica. Renata Silva diz que tão importante quanto realizar os toques é conhecê-los e saber suas funções. “Saber por quê motivo os braços devem ser torneados para dentro e a barriguinha, movimentada para cima e no sentido horário”, exemplifica.

Ela lembra, ainda, que o bebê não deve ser massageado quando estiver chorando ou irritado nem ser acordado para a massagem. A facilitadora dá cursos presenciais na capital que incluem ensinamentos sobre a origem da técnica, os benefícios e os cuidados necessários. 
 
ESPECIAIS
Com bebês especiais, a shantala também se mostra positiva. Enfermeira-técnica responsável pela clínica Mamare – Aleitamento Materno e Cuidados com o Bebê, em BH, Rita Santos Matarelli diz que a prática é indicada para crianças com autismo e Síndrome de Down, por exemplo. 

“Crianças com autismo estabelecem pouco contato social e até consigo mesmas. Feitas em silêncio e dentro de um ritual, as massagens aumentam a conexão entre mãe e filho, melhorando essa perspectiva de relacionamento para a criança, que passa a interagir mais com o meio social”, diz.


 

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