(Ascom Câmara/MAURO MIRANDA)
Enquanto os hospitais de Montes Claros clamam por leitos para atender à grande demanda, um em especial segue funcionando com apenas 10% da capacidade. Segundo o Prontosocor, os pacientes deixaram de ser encaminhados para a unidade há pelo menos três meses, após a Prefeitura de Montes Claros assumir a gestão plena da saúde.
A denúncia de que a Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde não estaria agendando pacientes cardiológicos para o hospital foi verificada na manhã de ontem pela Comissão de Saúde da Câmara de Montes Claros.
O cirurgião vascular e responsável pelo Prontosocor, Hudson Almeida, informou que o município fez um novo convênio, em que ficou acordado que os pacientes cardiológicos seriam preferencialmente atendidos pelo hospital. Mas, na prática, a Central de Regulação não está repassando a demanda.
“Montes Claros recebe demanda de atendimentos de toda uma macrorregião, pacientes de várias cidades são encaminhados pra cá. Mas, na prática, é como se não existisse demanda, porque a Central não está fazendo a regulação de pacientes que se encaixam no nosso perfil de atendimento. Com isso, a nossa média de internações, que era de 140 por mês, caiu para 14 ou até menos do que isso”, explicou o médico.
Ainda de acordo com a gerência da unidade de saúde, os pacientes que têm chegado, na maioria, são vítimas de AVC, casos fora da competência prevista no convênio.
“Como não são pacientes com doenças cardíacas, o hospital não está autorizado a internar. Então, quando essa ou qualquer outra enfermidade chega até aqui, realizamos o atendimento e depois o paciente precisa ser encaminhado a outros hospitais”, completou Hudson Almeida.
DISTORÇÃO
Os três parlamentares que compõem a Comissão de Saúde foram até o Prontosocor verificar a denúncia e se depararam com vários leitos vazios.
“Os hospitais de Montes Claros estão superlotados. Os profissionais mal conseguem andar entre os pacientes para realização do atendimento. Temos pessoas nos corredores e aqui encontramos uma unidade quase completamente vazia. Então algo está errado. Vamos buscar respostas junto ao prefeito e à Secretaria de Saúde”, frisou o relator da Comissão de Saúde, vereador Idelfonso Saúde (MDB).
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, que afirmou que uma reunião seria realizada para discutir o problema. Mas até o fechamento desta edição, não foi repassada nenhuma informação sobre o assunto.