Dispositivo ajuda bebês prematuros

Aparelho agiliza diagnósticos nas primeiras horas de vida

Flávia Ivo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
28/11/2017 às 08:50.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:55
 (Pedro Gontijo)

(Pedro Gontijo)

Realizar intervenções que sejam capazes de mudar o prognóstico de um bebê ao nascer e prevenir doenças na infância são alguns dos propósitos de um grupo multidisciplinar da UFMG. Os pesquisadores desenvolveram um dispositivo que avalia, de forma rápida e nas primeiras 24 horas de vida, a prematuridade ou não de um recém-nascido com maior precisão que os métodos utilizados atualmente.

O nascimento entre 28 e 37 semanas (período em que o bebê é considerado prematuro) é a principal causa de morte no primeiro ano de vida no país, conforme a pesquisa Nascer no Brasil, concluída pela Sociedade Brasileira de Pediatria em 2014.

Muitas vezes, é um desafio identificar a prematuridade, afirma Zilma Reis, professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenadora do projeto Skin Age.

“No nosso dia a dia, quando não há informação confiável de referência, como acompanhamento por pré-natal e ultrassom, é difícil precisar a idade gestacional”, explica a obstetra.
 
FUNCIONAMENTO
Desde a concepção do Skin Age Light Scan, o grupo tinha duas prioridades: segurança máxima e custo mínimo. 

“Queríamos uma solução que fosse a mais democrática possível, pensando nas dificuldades de países africanos, do próprio Brasil, em locais com poucos recursos, e fazer de uma maneira que a leitura fosse automática”, revela Zilma Reis.

O dispositivo, em formato de caneta e com sensor de luzes LED de cores diferentes na ponta, é colocado em contato com a pele do recém-nascido. 

Por meio da interação da luz com a pele, é realizada uma leitura dos efeitos de absorção, reflexão e espalhamento da luminosidade. Esses dados são processados por um algoritmo matemático que irá mostrar, imediatamente, a estimativa de quantas semanas aquele bebê passou na barriga da mãe. 

“Um prematuro tem a pele mais fininha, absorvendo muita luz e voltando pouco para o sensor. A pele mais madura vai absorver menos, porque já tem até uma camada de gordurinha, e vai refletir muito”, esclarece a médica.

No próximo ano o aparelho será testado em hospitais de todo o país, com apoio do Ministério da Saúde, para que seja validado por outros profissionais e aplicado no dia a dia das unidades de saúde brasileiras.

40 bebês prematuros nascem no Brasil a cada hora, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos no SUS e Ministério da Saúde
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