Vereadores querem evitar fechamento definitivo da Coopagro: Guila e Ruy Muniz cobram união e ação político-empresarial

Jornal O Norte
08/03/2006 às 11:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:30

Eduardo Brasil


Repórter


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Os vereadores Guila Ramos - PL e Ruy Muniz - PFL estão afinados buscando a união de forças políticas e empresariais para evitar que a Coopagro - Cooperativa agropecuária de Montes Claros feche as portas definitivamente.

Hoje, com apenas 150 funcionários, considerando que empregou, em outras ocasiões, de uma só vez, mais de mil, a Coopagro, que já foi uma das mais robustas empresas da região, de finanças invejáveis, não consegue esconder um quadro bem diferente dos tempos de bonança - de extrema fragilidade financeira.




Guila Ramos: - A Coopagro tem de ser respeitada pelo


que representa na história de Montes Claros e


do Norte de Minas
(Fotos: Fábio Marçal)

Esta condição vulnerável, segundo ainda os vereadores, teria impedido a Coopagro, inclusive, de atender normas ambientais, entre elas, a construção da estação de tratamento de esgotos, irregularidade que dias atrás levou a Feam - Fundação estadual do Meio Ambiente a lacrar seus equipamentos. A empresa de laticínios recorreu da decisão judicial e funciona por força de liminar.

DISCRIMINAÇÃO

De acordo com Guila Ramos e Ruy Muniz, é atribuição da Feam observar o cumprimento das leis ambientais, mas a impressão que ambos tirariam das suas ações seria a de que a Coopagro estaria sendo penalizada, discriminada, sem que outras indústrias, que da mesma forma não obedeceram às exigências da lei ambiental, no prazo estipulado, sofressem o mesmo rigor da fiscalização.

- A Coopagro, por ser uma empresa tradicional e de grande importância sócio-econômica na história de Montes Claros e do Norte de Minas, precisa, portanto, de um tratamento diferente que inclua um apoio político e empresarial decisivo. Temos de somar na luta para o seu soerguimento - insiste Guila Ramos.

Segundo ele, a Coopagro deseja cumprir a lei, mas que não havia - como não há, ainda, recursos para isso.

Para os dois vereadores, as adequações da indústria só serão possíveis com a sua revitalização. Compreendem ser necessário que a Feam permita um novo prazo para que a Coopagro se reestruture e promova as obras.

- E, também, para que as indústrias que se encontram na mesma situação, entre elas, a Copasa, possam se adequar às mesmas regras - completa Guila Ramos.

PROJETO DE LEI

Ruy Muniz foi mais longe no seu apelo para que haja um esforço político, principalmente, no sentido de evitar o fechamento definitivo da Coopagro. Sugeriu ao prefeito Athos Avelino - PPS, o envio de um projeto de lei ao legislativo propondo a destinação de recursos públicos para amenizar a grave situação que a empresa enfrenta, possibilitando que ela se reorganize.




Ruy Muniz: - A classe política precisa agir. Proponho ao


prefeito Athos Avelino enviar à câmara projeto de


ajuda financeira a Coopagro


Segundo ele, a ação política deve ser promovida até porque a crise financeira que a Coopagro enfrenta não pode ser atribuída apenas a eventuais erros administrativos de suas diretorias, e a crises econômicas que a cercaram ao longo das últimas décadas, mas à ausência também de uma ação política realmente eficaz que garantisse sua estabilidade para continuar contribuindo com o desenvolvimento regional.

- Nossos políticos não foram suficientemente atuantes para evitar que a Coopagro, um de nossos orgulhos, chegasse a uma situação tão precária. Não houve uma ação política eficaz que pudesse evitar este quadro. Devemos tê-la, agora.

COPASA

Sobre a rigorosa atuação da Feam, sobre a Coopagro, Ruy Muniz concorda que ela se justificaria se tivesse sido empreendida da mesma forma em outras indústrias que incorreram na mesma infração, entre elas a Copasa, empresa de saneamento básico que ainda não tem a sua estação de tratamento de esgotos urbanos cobrada com demasiado rigor da empresa de laticínios.

- De que adianta, então, qualquer indústria atender à lei ambiental se a própria Copasa não atende? Não adianta as empresas tratarem seus esgotos se os jogam nos rios poluídos. É trabalho perdido. E por que a Copasa até hoje não trata do esgoto em Montes Claros? Porque não há uma atitude política, de cobrança, sobretudo - acrescenta o parlamentar, reafirmando que dinheiro não faltaria a Copasa.

- A assembléia legislativa aprovou a venda de 30% das ações da empresa na bolsa de São Paulo, engordando expressivamente sua receita. Somente em um dia as ações renderam 800 milhões de reais. É hora, portanto, de a Copasa somar na revitalização da Coopagro, assegurando para isso parte dos recursos de quase cem milhões de reais que utilizará em obras de saneamento na cidade.

A Coopagro, ainda segundo Ruy Muniz, não pode ter suas portas novamente lacradas porque isso repercutiria negativamente nas quase quinhentas famílias de produtores rurais que hoje teriam sua principal renda garantida através de negócios com a empresa.

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