Eduardo Brasil
Repórter
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A vereadora Fátima Pereira - PTB voltou a tecer severas críticas à administração Athos Avelino - PPS. Foi durante pronunciamento da tribuna da câmara na reunião de terça-feira 20. Segundo ela, a secretaria municipal de Educação estaria conduzindo, numa lentidão inexplicável, o processo de eleições diretas para diretoras de escolas da rede municipal de ensino. Para a parlamentar, o procedimento da administração municipal que garantiu a realização do pleito há quase dez meses cheira a engodo com o pessoal da educação.
- Logo que assumiu a prefeitura, Athos Avelino prometeu a realização das eleições, mas até agora não enviou o projeto à câmara municipal. Dizem que ainda não está pronto. Ora, já estamos no final de setembro e a administração precisa explicar o que está acontecendo, qual a dificuldade que estaria encontrando para concluir o documento.
Fátima lembrou que desde a legislatura passada vem lutando pela realização das eleições diretas nas escolas municipais, percebendo, neste percurso, sucessivas resistências ao propósito democrático. Ela chegou a apresentar projeto de lei nesse sentido, em 2004, rejeitado pela comissão de Constituição e Justiça do legislativo.
- Foi um procedimento esperado da comissão, dado às circunstâncias que cercavam o plenário da casa, tomado pela maioria que apoiava o ex-prefeito (Jairo Ataíde - PFL). Mas não desisti e fiz as alterações nas questões consideradas inconstitucionais, sem, no entanto conseguir colocá-lo novamente em votação naquele mesmo ano - disse ela, observando que pretendia dar entrada com o seu projeto nas primeiras reuniões da atual legislatura, em janeiro de 2005.
- Entretanto, resolvi protelar a apresentação a pedido da atual administração, que estaria elaborando um outro projeto. Fui até convidada e participei das primeiras reuniões que visavam à sua concepção, mas não prossegui porque entendi que a equipe montada pela secretaria de Educação não avançava nas questões.
Fátima Pereira volta a criticar a administração cobrando
eleições diretas nas escolas municipais
(Foto: Adriano Madureira)
CUMPRIMENTO DA PALAVRA
A vereadora, que foi superintendente regional de ensino por vários anos, tendo participado, inclusive, dos trabalhos de elaboração do primeiro projeto de eleições diretas para diretoras de escolas estaduais não entende os motivos da demora da administração municipal em concluir o projeto, que não seria nenhum bicho de sete cabeças.
Enquanto isso, ainda segundo ela, vigorariam medidas que são incompatíveis com as posições anunciadas pela atual administração - que teria preenchido os cargos de diretoras, após exonerar remanescentes do governo passado, com indicações que causaram suspeitas de apadrinhamentos políticos, polêmicas e contestações, só aliviadas com o anúncio, pela secretaria de Educação, de que seriam provisórias.
- Ocorre que essas tais medidas provisórias estão completando dez meses sem que nenhuma sinalização de sua extinção seja dada pela administração. Penso que o prefeito deveria cumprir com o que foi prometido, caso contrário retomaremos nossa luta no sentido de garantir o pleito democrático e direto nas escolas municipais.
Fátima Pereira foi taxativa ao final de seu pronunciamento, revelando sua disposição de não desistir da luta pela realização dos pleitos diretos. Resoluta, disse que aguardará o envio do projeto do executivo até 15 de outubro, quando se comemora o Dia do Professor.
- Se até lá o executivo não enviar o projeto, darei entrada com o meu, na reunião de terça-feira, dia 17, com certeza - concluiu a vice-presidente da câmara municipal de Montes Claros.