(Divulgação/Tânia Mello)
O presidente Michel Temer assinou decreto que promove mudanças nas regras para doação e transplante de órgãos no país. Entre elas o fim da “doação presumida”. Presente ao ato de assinatura do documento, a deputada federal Raquel Muniz comemorou a medida.
“O decreto vem regulamentar e desburocratizar a doação de órgãos e tecidos com alterações importantes que podem facilitar o processo e trazer segurança às famílias. O momento para eles é muito delicado e de extrema necessidade para quem está na outra ponta, aguardando por mais uma chance”.
“A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, após a morte, somente poderá ser realizada com o consentimento livre e esclarecido da família do falecido, consignado de forma expressa em termo específico de autorização”, diz um dos artigos do decreto assinado por Temer quarta-feira.
Outro ponto significativo diz respeito ao fim da exigência de um neurologista para fazer o diagnóstico de morte cerebral.
“Essa medida vai favorecer o fechamento de morte encefálica em unidades que não tenham especialista”, diz Carla Moreira, do setor administrativo da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos Norte e Nordeste(CNCDO), com sede em Montes Claros.
Quanto à presença de um familiar para autorizar a doação, a administradora revela que sempre foi um procedimento comum na região, mas que estender isso para além dos parentes de até 2° grau é importante.
“Sempre que entra numa fila, a pessoa que busca um órgão sabe que o transplante é o último recurso para continuar vivendo. É isso ou a morte, daí a importância de conscientizar as pessoas”, complementa.
Dados do CNCDO, que atende a 90 municípios, de janeiro a junho de 2017 foram realizados nove transplantes de córnea, 25 de rim e seis de fígado. Todos os procedimentos foram feitos na Santa Casa, único hospital da região autorizado a fazer transplantes, mas a captação está autorizada em 20 unidades hospitalares.
APOIO À CAUSA
Na sessão solene para comemorar o Dia Mundial de Doador de Medula Óssea, Raquel Muniz levou à câmara Thiago Martins, pai do menino Pablo Martins, diagnosticada com aplasia da medula óssea, e reiterou seu apoio à causa.
Emocionado, ele frisou que a falta de informação torna a busca por um doador mais difícil, mas não impossível. “O único risco que o doador terá é o de salvar uma vida. Precisamos ser solidários com o próximo e nos sensibilizar com a necessidade de quem quer continuar vivendo. Agradecemos à deputada que nos deu essa oportunidade”, disse Thiago.