Eduardo Brasil
Repórter
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Faltando exatamente um ano para as eleições de 2006 o eleitor em Montes Claros já começa a tomar conhecimento dos nomes de pretensos candidatos que aspiram reunir seus milhares de votos para garantir uma cadeira na câmara dos deputados. Três deles são oriundos do legislativo municipal: Sebastião Pimenta, Antônio Silveira e Lipa Xavier.
Do trio, o mais comedido em confirmar a postulação é o vereador comunista. Lipa, veterano no parlamento municipal, diz que hoje ele seria um mais ou menos candidato, preferindo deliberar a questão assim que o seu partido, o PCdoB, apontar os quadros para o pleito do ano que vem. A legenda estaria como que tateando no escuro do embate eleitoral, meio sem rumo depois da saída de sua estrela maior, Sérgio Miranda - e amargaria a lacuna de um expoente que lhe assegure permanência nas decisões congressistas.
Lipa concorda que a saída do deputado Sérgio Miranda trouxe conseqüências que no momento ofuscam os horizontes do partido, que estaria lidando com essa situação da melhor forma no sentido de alcançar um desempenho à altura nas próximas eleições.
- A minha candidatura, portanto, estaria condicionada ao desfecho das articulações que se procederão daqui pra frente, incluindo as coligações.
PURO SANGUE
Antônio Silveira, que deixou o PMDB filiando-se ao encurtado PTN - exatamente para atender ao vislumbre estratégico de chegar ao congresso nacional - não se mostra tão acanhado e incerto em anunciar disposição de representar o Norte de Minas em Brasília a partir de 2007. Durante pronunciamento da tribuna da câmara, nesta semana, justificou suas pretensões. Frisou que ainda que a sua determinação seja patente, a de chegar à câmara dos deputados, sua candidatura ainda dependeria de prazos regimentais da legislação eleitoral.
- Ninguém ainda é candidato, mas anuncio aqui a possibilidade de vir a sê-lo, no futuro. A região do Norte de Minas precisa de representantes de puro sangue no congresso nacional, de políticos exclusivamente compromissados com a região - disse.
O vereador, que está em seu segundo mandato, aproveitou para alertar a população para a máxima que exige a diferenciação do joio do trigo, crítica que teve como endereço certo os famigerados pára-quedistas que infestam a região nos períodos eleitorais e depois desaparecem.
- Políticos que contribuem muito pouco com a região e que acabam custando caro para os norte-mineiros.
DOBRADINHA IRMANADA
Sebastião Pimenta, por sua vez, também não recua da figura de pretenso candidato à câmara federal. Experiente na função legislativa, defendendo seu terceiro mandato na câmara municipal, a exemplo de Silveira trocou de partido. Deixou o ninho tucano para pousar no do pequenino PDC, sigla pela qual acredita que será eleito em 2006 com um número de votos bem inferior daquele que será exigido aos que disputarão as urnas pelo PSDB.
Além da ardilosa mudança de partido, Sebastião sinaliza outro grande trunfo que teria para assegurar uma vitória nas urnas de 2006: a presença, na sua campanha, do irmão deputado Carlos Pimenta, das fileiras do PDT.
- Eu e Carlos vamos levar adiante uma dobradinha que já nos revelou altamente positiva nos contatos que estamos mantendo com o povo - disse ele, que no último fim de semana esteve com o deputado visitando bairros e comunidades rurais do município - em ritmo de eleição, naturalmente.
Além de Carlos, Silveira e Lipa havia a expectativa de que Ademar Bicalho - PTB, que teve sua cassação revogada na semana passada, pelo TRE-MG, também disputaria uma cadeira no congresso. Ele até teria recebido, e recusado, convite de outro partido - da ala dos pequenos - para ser candidato.
- Não aceitei. Não estou preparado - disse ele, lacônico, concluindo que pretende cumprir seu mandato de vereador até o fim, pelo PTB.
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