Eduardo Brasil
Repórter
www.onorte.net/eduardobrasil
Em Carta aberta - dirigida exclusivamente ao prefeito Athos Avelino - PPS, o Sindicato dos servidores municipais de Montes Claros - até então duramente criticado pela omissão que guardaria na defesa constitucional dos seus perfilhados, desde o início da atual administração, sendo até mesmo tachado como uma entidade pelega -, finalmente sinaliza reação. Denunciou publicamente o descumprimento, pelo chefe do executivo, de leis que garantem os direitos da categoria.
Justificando a nota oficial, assinada pelos seus diretores e distribuída fartamente à população nesta semana, como uma tomada de posição honesta -, ainda que atrasada, a entidade, na verdade, teria dado um ultimato ao chefe do executivo ao afirmar que já não possui paciência para esperar pelas negociações salariais do trabalhador da prefeitura - e pelo cumprimento das promessas de campanha de sua valorização.
Na nota, o sindicato cobra, com maior destaque, o atendimento ao princípio da data-base dos trabalhadores municipais - que transcorreu no mês de março, e que obriga o executivo negociar o reajuste salarial da categoria e as melhorias nas suas condições de trabalho.
ULTIMATO
O sindicato também censura o comportamento do prefeito a partir do momento em que demonstraria semelhança com outros administradores que ele mesmo criticou - por idêntica negligência com a questão dos direitos dos servidores, observando que tal postura não é condizente com o discurso de valorizar o servidor, após um ano e cinco meses desde que o pepeessista assumiu a direção do município. O sindicato esclarece que não comungaria com este procedimento - porque os servidores não sentem saudade de um tempo de descrença que tratou de subtrair seus direitos adquiridos e que, ressurgido, possibilita que se generalize entre seus quadros um sentimento de descaso.
Procurando, sem conseguir, comedimento nas palavras dirigidas ao prefeito, o sindicato - que não estaria entre aqueles que apostam no fracasso desta administração, na verdade, não teria feito outra coisa senão dar uma espécie de ultimato ao executivo, ao afirmar que não admitirá protelações nas negociações, frisando que não aceita maio passar sem uma solução.
SEM CUMPRIMENTO
O sindicato também reclama da morosidade do prefeito em atender a acordos firmados com a categoria desde o ano passado - como a devolução do pó de giz aos professores, cujo projeto de lei ainda não foi sequer concluído pelo executivo para votação no legislativo.
Também lamenta a inexistência de proposta para revisão geral dos salários, denunciando que, em 2005, os servidores receberam reajuste bem abaixo da inflação, numa depreciação à categoria, e que os professores sofreram discriminação ainda pior com seus vencimentos rebaixados à faixa do salário mínimo, desqualificando ainda mais o setor de Educação municipal.
A entidade também faz coro à reclamação sobre a indefinição na questão do pagamento dos qüinqüênios, destacando que o Termo de Adesão da prefeitura, para pagamento reduzido dos valores a que de fato os servidores teriam direito foi um insucesso total, além de ter sido instituído à revelia da entidade.
JARARACA
Ressaltando que a maioria dos servidores viu no acordo para pagamento de qüinqüênios um ovo de serpente, o sindicato confirma que apenas 28% da categoria aderiram ao danoso acerto de contas. Também lembra que nada de concreto foi efetivado pelo governo municipal em relação à reforma administrativa, sobretudo em relação a questões como insalubridade e prêmio desempenho.
A entidade finaliza ressaltando que a nota é um convite ao nosso prefeito para rever a sua posição em relação aos servidores admitindo que o seu conteúdo, deve ser entendido como um alerta.
No próximo dia 17 o Sindicato dos servidores municipais de Montes Claros realiza nova assembléia para que o descaso da prefeitura seja debatido mais uma vez pela categoria.