Sindicato acusa prefeito de perseguição política: servidores denunciam que Athos Avelino tenta desestabilizar a entidade da categoria para retomar o seu controle

Jornal O Norte
13/10/2006 às 11:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:42

Eduardo Brasil


Repórter


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Insatisfeito por ter perdido o poder que exercia sobre o Sindicato dos servidores municipais de Montes Claros até o primeiro semestre deste ano, quando mantinha total controle sobre os seus ex-diretores, que já defendiam cargos de confiança na sua administração, o prefeito Athos Avelino – PPS teria passado a perseguir os atuais representantes da entidade, adversários políticos, eleitos no dia 28 de agosto.

A denúncia é do presidente do sindicato, Vicente Francisco Silva. Segundo ele, Athos Avelino vem penalizando os servidores municipais desde que perdeu o controle da entidade, com a intenção de desestabilizar a sua gestão – e para isso até mesmo bloqueando indevidamente recursos destinados à organização representativa.

- O prefeito está discriminando o sindicato. Sem nenhum poder para isso, ele está bloqueando o repasse mensal e legal de recursos financeiros que já são descontados em folha, nos vencimentos dos servidores, para pagamento de convênios firmados com a drogaria Minas Brasil e com o Plano de Saúde do Hospital São Lucas. Ninguém sabe para onde vai esse dinheiro – acusa.

DÍVIDAS

Ainda de acordo com Vicente Silva, as dívidas com a farmácia giram em torno de R$ 250 mil, com pendências que remontam ainda ao ano de 2001. Já com o Plano de Saúde São Lucas, o débito é de R$ 100 mil, referente aos dois últimos meses. Se os pagamentos não forem efetuados com urgência, segundo o sindicalista, os convênios serão cancelados.

- O hospital São Lucas, por exemplo, nos deu um prazo para quitação dos débitos: até domingo. Caso o sindicato não pague, o atendimento será suspenso, colocando a vida de muitos servidores em risco. Alguém pode morrer por causa disso, por falta de atendimento médico e a culpa será do prefeito – adverte o sindicalista.

GOLPE

Vicente Silva também denuncia as tentativas do prefeito de anular a eleição do dia 28 de agosto, procedidas de acordo com as leis e com a supervisão da Federação nacional dos sindicatos dos servidores públicos, que enviou representante para acompanhar o pleito, conferindo sua lisura.

Segundo ele, Athos Avelino, ainda assim, estaria ensaiando, nos bastidores, a realização de novo pleito sindicalista para a semana que vem procurando, desta forma, recolocar na entidade os seus aliados políticos para voltar a manipular os servidores.

- Ele tenta esvaziar o movimento sindicalista, tornar a entidade inerte e conivente com os interesses da sua administração, como vinha ocorrendo. Mas, já tomamos nossas providências contra essa tentativa de golpe – assinala o presidente, informando que recorreu à Justiça para impedir a conspiração.

LIMINAR

Vicente Silva acrescenta que ainda quarta-feira o sindicato recorreu à justiça comum para impedir a realização de novas eleições, considerando que as que foram promovidas no dia 28 de agosto deste ano atenderam constitucionalmente a edital, foram reconhecidas pelo ministério do Trabalho e registradas em cartório.

- Nós também entramos com pedido de liminar para que sejam liberados os repasses financeiros. O prefeito não pode bloqueá-los.

O presidente do sindicato salienta que Athos Avelino não pode se envolver nessas questões e muito menos bloquear recursos que pertencem aos servbidores - e que o faria apenas pelo fato de defender o retorno de Válmore Edi e de seus pelegos à entidade, a todo custo, para continuar manipulando seus diretores, calando mais uma vez a voz dos servidores.

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