Ronaldo Ramon reage aos adversários: prefeito de Francisco Sá não teme CLI sobre irregularidades em sua administração e acusa perseguição de políticos que venceu nas urnas de 2004

Jornal O Norte
20/07/2006 às 09:46.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:40

Eduardo Brasil


Repórter


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O prefeito de Francisco Sá, Ronaldo Ramon - PFL reagiu às acusações de irregularidades em sua administração - que envolveriam parentes seus beneficiados em concorrência pública realizada pela prefeitura municipal para a venda de materiais de construção, em dezembro do ano passado. O procedimento, que está sendo apurado pelo ministério público estadual, feriria o artigo 96, da Lei orgânica municipal, que ele teria buscado, neste ano, suspender através de ação judicial.

- Estou sendo vítima de perseguição política, essa é a verdade - disse ele, como se apontasse adversários que vencera nas últimas eleições.

Apesar das tentativas para evitar responder investidas oposicionistas, pela imprensa, para não dar corda a determinadas pessoas que teriam influenciado até mesmo na constituição, pela câmara municipal, de uma CLI - Comissão legislativa de inquérito para apurar o episódio, que ele também tentara cancelar, obtendo através da justiça liminar que viria a ser cassada pelo ministério público, em Belo Horizonte, Ronaldo Ramon aceitou falar com O Norte na tarde de ontem, por telefone. Lamentou a insistência adversária em tentar desequilibrar o seu governo, mas garantiu que não há o que temer.

- É perseguição política. E ela ocorre todo dia, todo dia. Eu não quero contribuir com este processo. Meu objetivo é trabalhar, e é isso que tenho procurado fazer, apesar de hoje não me encontrar bem, o que me distanciou da prefeitura - justificou, da sua casa, em Francisco Sá, onde foi localizado pela reportagem.

IRMÃO

De acordo com Ronaldo Ramon, seus desafetos políticos estariam requentando um assunto  superado na tentativa de arranhar a sua gestão, já que todas as perguntas atinentes ao assunto teriam sido respondidas em foros adequados. Ele nega que tenha favorecido um irmão, que atua no ramo de material de construção no município, e que venceu a licitação de 2005, passando a vender para a atual administração.

- Não tem irregularidade nenhuma. É verdade que meu irmão venceu a concorrência e o fez dentro da lei. Afinal, é um direito que a sua empresa tem, fundada em Francisco Sá há mais de 15 anos.




Ronaldo Ramon diz não temer investigações e afirma


estar sendo vítima de perseguição política



(fotos: Wilson Medeiros)

Ainda segundo o prefeito, a concorrência foi promovida com lisura e que tudo teria sido feito fundamentado em preceitos legais, daí a publicação da licitação sem nenhum problema no Minas Gerais, órgão oficial do governo estadual.

- Tudo, absolutamente tudo, foi feito sob orientação jurídica do próprio município, após consultas a vários tribunais e com orientações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

ELES

Ronaldo Ramon, que tem maioria no parlamento municipal, contando com cinco de seus nove vereadores, nega que sofra uma oposição dentro da casa. Afirma que mantém um relacionamento de respeito com todos os vereadores e acredita que muitas vezes eles são levados a agirem de determinada maneira.

- Infelizmente, sabemos que existem pessoas que torcem pelo nosso fracasso e que fazem tudo por isso. Eles, com essas perseguições, atrapalham Francisco Sá, nosso trabalho na prestação de serviço à comunidade e parece que esse é o objetivo deles - acrescentou o chefe do executivo, evitando citar nomes, mas deixando nas entrelinhas alusões ao ex-prefeito Antônio Dias - PTB, seu principal adversário político.

Ronaldo Ramon também nega que tenha rompido politicamente com o seu vice-prefeito, Mário Oswaldo Casasanta, correligionário, que teria se distanciado da prefeitura por se sentir discriminado e esvaziado nas suas funções.

- Essa informação não procede. Eu não rompi com o meu vice-prefeito. É verdade que ele falou que rompeu comigo, mas esse rompimento administrativo não se comprova no dia a dia, quando nos tratamos bem, com respeito e seriedade nas dependências e fora da prefeitura.

O prefeito reafirmou estar tranquilo em relação à Comissão parlamentar de inquérito que se mantém na câmara municipal.

- Estou tranquilo. Tudo já foi esclarecido - concluiu.

No instante em que o prefeito encerrava a entrevista, os vereadores Tássio Emídio Silva, presidente da CLI, Célia Marques, relatora, Marisvaldo Ferreira, presidente da câmara municipal de Francisco Sá, Roberta Campos Corrêa, advogada auxiliar do legislativo, e a ex-vereadora Maria Inês entregavam ao promotor de justiça, Flávio Márcio Lopes, em Montes Claros, a documentação sobre o processo de licitação, que caberá à justiça analisar e tomar as medidas cabíveis.

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