Referendo das armas, segundo Ildeu, é armação

Jornal O Norte
21/10/2005 às 11:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:53

Ao afirmar, durante pronunciamento da tribuna da câmara municipal, nesta semana, que o governo federal tenta desviar a atenção dos brasileiros da corrupção que assola Brasília e a administração petista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o referendo das armas, o presidente da casa, Ildeu Maia - PP, disse que o planalto não tem sido infeliz na investida.

- O que se percebe é o governo federal conseguindo seus objetivos - disse.

Segundo ele, só se ouve falar do referendo que, na verdade, seria uma pretensão do governo de desarmar o cidadão de bem, sem se preocupar em fazer o mesmo com os bandidos que são aqueles que matam.

Ildeu lamentou que por conta dessa estratégia vários assuntos de relevância nacional, como o fenômeno da seca que hoje castiga até o estado do Amazonas, se estendendo com conseqüências ainda mais nocivas ao Norte de Minas, região já tradicionalmente marcada pelo flagelo, estejam fora da pauta congressista.

- Não se ouve nada em relação a providências para combater estes graves problemas. Só se fala em referendo. É uma verdadeira armação - frisou.

O presidente do legislativo municipal reclamou que a seca, que gera a cada ano mais miséria e desemprego na região, quando focada pelos políticos graduados da República serve mais às suas aspirações eleitoreiras que outra coisa, e que as ações de combate, em todas essas ocasiões, não passam de promessas que se limitam a permanecer no discurso.

Acrescentou que este procedimento não é inédito, já que, seguidamente, ao longo das décadas, as autoridades fazem vista grossa para o quadro devastador que a falta de chuvas impõe à região, anunciando soluções que nunca são efetivadas.

- Todos os anos são prometidos recursos para combater as conseqüências da seca. Todo ano é a mesma história: os recursos nunca chegam. E quando chegam, muitas vezes pela metade, a chuva já ameniza os efeitos da estiagem.

REAÇÃO

Para o presidente da câmara, o momento é de reação. Ele defende uma posição mais sistemática dos prefeitos cujos municípios enfrentam, sem as mínimas condições, o flagelo da seca. Não uma reação que traga soluções paliativas para um problema histórico e centenário que gera graves distorções sociais, nunca enfrentadas de frente. Para ele, por exemplo, de nada adianta o poder executivo decretar periodicamente os estados de calamidade pública em seus municípios.

- Esta decisão deve ser mais abrangente. Os municípios deveriam decretar estado de calamidade pública por um período mais alongado, de dez anos, por exemplo.

Ildeu Maia cobra dos governantes, em Brasília, uma ação mais eficaz para amenizar as conseqüências da seca. Defende a elaboração de um plano que de fato dê cabo aos problemas que atingem milhares de famílias.

- A situação que a seca impõe, seja ao morador da zona urbana ou rural é dramática. Aqui mesmo, na câmara, nós vereadores somos testemunhas do desespero de muitas pessoas que nos procuram em busca de auxílio. É o resultado da inoperância do governo federal - conclui.

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