(MANOEL FREITAS)
A recomposição salarial de 2,84% para os servidores públicos da prefeitura foi aprovada ontem pela Câmara Municipal de Montes Claros. Na semana passada, os parlamentares enviaram requerimento ao prefeito Humberto Souto solicitando que o índice de reajuste subisse para 3%, conforme reivindicação do funcionalismo, mas não teve o pedido atendido.
Os membros da Comissão de Finanças, Orçamento e Tomada de Contas do Legislativo municipal – composta por quatro parlamentares – argumentaram que a votação foi mantida “para não prejudicar ainda mais os servidores”, uma vez que a proposta deveria ter sido encaminhada à Casa no mês passado.
Antes de o projeto 32/2018 entrar em pauta, a Comissão realizou audiência pública com os servidores municipais e representantes do Executivo para debater a proposta, que trata de uma recomposição e não de aumento dos salários.
O Sindicato dos Servidores Públicos de Montes Claros se mostrou contra o percentual proposto, baseado no Índice Apurado de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para o sindicato, o reajuste teria ser que ser de, no mínimo, 3%.
“Registro minha indignação, pois ainda enviamos requerimento atendendo a reivindicação de 3% do Sindicato dos Servidores Públicos de Montes Claros e mesmo assim o prefeito não deferiu. Esse reajuste é uma falta de respeito com o servidor que não tem outros direitos, como o plano de carreira e vale-transporte”, pontuou o vereador Wilton Dias (PHS), presidente da Comissão.
Para quem recebe um salário mínimo, a recomposição ficará na casa dos R$ 15, valor esse que, de acordo com o sindicato, não atende as necessidades dos trabalhadores da prefeitura. O valor ainda será pago no contracheque de junho.
“O servidor paga pela má gestão da administração municipal. Não concordamos com esse projeto. Deveria ser um reajuste pensado, discutido e pesquisado”, pontuou o presidente da Associação dos Servidores Públicos de Montes Claros, Luís Ernandes.
Os vereadores Valcir da Ademoc (PTB) e Daniel Dias (PCdoB) corroboraram a necessidade de aprovar o projeto devido ao atraso na proposta, mesmo afirmado serem contra o índice estabelecido pela prefeitura.
“Tivemos que votar a proposta, que já entrou atrasada na Casa, se não os servidores ficariam ainda mais prejudicados. Sabemos que o prefeito não vai ceder, então vamos evitar mais prorrogações”, disse Valcir.