Reação a qualquer momento: servidores dizem que nenhum escândalo abafará o grito dos que se sentem enganados

Jornal O Norte
13/07/2006 às 08:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:39

Eduardo Brasil


Repórter


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Condenados a só poderem, legalmente, negociar seus reajustes salariais após o término do período eleitoral, em outubro, os servidores municipais de Montes Claros, cuja data-base ocorre em março, não ficarão inertes diante da decisão do prefeito Athos Avelino - PPS que teria protelado as negociações salariais com a categoria, desrespeitando de uma só vez leis municipais e federais. A categoria estaria preparando uma reação à altura da ilegalidade da administração.




Trabalhadores da prefeitura prometem novas manifestações contra a administração municipal, como fizeram no mês passado (foto: Wilson Medeiros/ arquivo)

A informação foi passada a O Norte, na manhã de ontem, por um grupo de trabalhadores da prefeitura, incluindo membros do Sindicato dos servidores municipais - que pediram anonimato com receio de retaliações. Segundo eles, a reação terá o propósito de deixar ainda mais claro à população a política desastrosa do atual governo.

- Vamos reafirmar ao povo o que de fato o prefeito tem feito com os servidores, nos enganando. Desde março ele enrolou a categoria, procurando imobilizá-la com a promessa de que iniciaria as negociações salariais antes do período eleitoral. Enrolou até que a lei o proibisse de tratar a questão.

SEM  ABAFA

Os trabalhadores garantem que o assunto não cairá no esquecimento até o mês de outubro, e, tampouco, que o episódio envolvendo vereadores municipais na operação Pombo Correio, da polícia federal, ajudará o executivo a escapar das cobranças.

- Não faremos como durante a copa do mundo, quando tudo fica para depois. Tudo fica abafado. O prefeito que não pense que ficará acobertado pelo caso das notas dos Correios. Ele, ao contrário, vai ter a nota que merece diante do que faz com o servidor municipal.

Os servidores também classificaram de abusados os argumentos do vereador Marcos Nen - PL, líder do governo na câmara, que durante pronunciamento da tribuna fez referências ao reajuste salarial, prometendo que ainda neste ano o benefício estaria no contracheque da categoria e que ela deveria ter calma para esperar até outubro.

ENGODO

De acordo com os servidores, Marcos Nen subiu à tribuna com o discurso da enganação.

- Ele disse que o prefeito não negociou a pauta do servidor porque gastou além do que podia com o pagamento dos qüinqüênios. É um argumento que tenta subestimar nossa inteligência - afirma um dos servidores e sindicalista.

- Marcos Nen teve a audácia de dizer que o dinheiro gasto pela prefeitura foi para no bolso do servidor. Eu queria que os servidores mostrassem todo esse dinheiro que ganharam. Eu não mostro, porque não ganhei. Nenhum de nós ganhou. Esse dinheiro está no bolso dos apadrinhados da administração, que ganham salários milionários e muitos nem comparecendo ao serviço - acrescenta outro membro do sindicato.

Ainda de acordo com os servidores, a próxima manifestação contrária à administração municipal está sendo organizada em sigilo.

- Como da última vez. Tem muito pelego no meio da gente - confessa o sindicalista, que lamenta a ausência de antigos militantes dos direitos do trabalhador da prefeitura de Montes Claros.

- Eles estão agora do lado de lá, e agora infiltram seus dedos-duros para o lado de cá - conclui.

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