Povoados rurais reivindicam obras

Conselho que reúne 185 comunidades quer retorno de investimentos em infraestrutura nas localidades

Márcia Vieira
Montes Claros
08/12/2017 às 06:05.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:07
 (Divulgação)

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O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) encaminhou documento à Secretaria Municipal de Agricultura pedindo investimentos na zona rural e detalhamento de gastos do setor neste ano. Das mais de 200 comunidades rurais da cidade, 185 compõem o conselho, que tem o poder de deliberar e fiscalizar as ações do município. 

Os produtores querem saber para onde vão recursos públicos reservados para o setor, já que não veem resultados. No documento, eles pedem ainda cópias de extratos de pagamentos dos valores gastos no exercício de 2017. Em resposta ao pedido do conselho, a Câmara revelou que não possui documento do município prestando as informações solicitadas. 

Um dos pontos mais dramáticos na zona rural relatados no documento trata da situação precária das estradas vicinais. José Gomes, morador da região de Pradinho há mais de 30 anos, percorria cerca de 30km de estrada de terra duas vezes por semana para vender os produtos em Montes Claros. Com o trecho intransitável, ele teme perder a clientela. “Tirei do meu bolso mais de R$ 500 e paguei duas pessoas para fazer serviço que é obrigação do município. Com as chuvas, tudo se perdeu. Atrasei as entregas e perdi clientes”, declarou.

O produtor afirma ainda que tem dois filhos pequenos e, quando chove, o transporte escolar não passa para buscar as crianças. “Para ir à aula, eles têm que andar mais de 6 km”, diz José.
 
ABANDONO 
Em Santa Rosa de Lima, as estradas que dão acesso a outras comunidades estão interditadas. Na administração anterior, o distrito teve 80% das ruas pavimentadas. Com o novo governo, o programa foi deixado de lado. 

“A zona rural vive do que produz. Sem estradas não temos o escoamento da produção. O prejuízo financeiro é muito alto”, argumenta o vice-presidente do CMDRS, Adenílson Leite.

Diante do ofício encaminhado ao secretário, Adenílson diz que caso não haja resposta, procurar o Ministério Público será o próximo passo. “Já foram feitas reuniões e o prefeito prometeu contratar frentes de trabalho, mas isso já tem um ano. O conselho vai esperar até 3 de janeiro. Sobre o que foi aplicado e o que teremos daqui por diante, vamos exigir a intervenção do Ministério Público, caso o gasto não seja detalhado”, diz.

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