Projeto de lei, de autoria do deputado Arlen Santiago - PTB deu entrada na assembléia legislativa do de Minas Gerais, denominando de Mário Ribeiro da Silveira o Parque estadual Lapa Grande, no município de Montes Claros.
- Considero mais que justa a homenagem, por se tratar de um montes-clarense que dedicou toda uma vida em favor da população mineira através de seu trabalho como médico, além da destacada personalidade pública que se revelou por meio da política – ressalta.
Saudoso Marão: mais uma vez reverenciado pelo trabalho que desenvolveu pelo município e pelo Norte de Minas (foto: arquivo)
Para Arlen Santiago, o projeto tem caráter de grande relevância e, com certeza, encontrará eco em toda a população.
- Trata-se de personalidade com notórias qualidades e que prestou importantes serviços à comunidade, que sempre o respeitou.
MARÃO
Mário Ribeiro Silveira, que passou à história como Marão, nasceu em Montes Claros em 1924 e faleceu em 1999, aos 75 anos. Filho de Reginaldo Ribeiro dos Santos e Josefina Silveira Ribeiro, cursou medicina na Universidade federal de Minas Gerais, diplomando-se em 1950 e exercendo a profissão a partir de 1951.
À parte da medicina, Márcio Ribeiro Silveira também se destacou, apoiando, em 1954, a construção do Estádio João Rebello e, ainda na área esportiva, a presidência da Associação Desportiva Ateneu de 1954 a 1956. Ocupou também o cargo de presidente do Automóvel Clube de Montes Claros de 1962 a 1964. Em 1968, foi assessor da Fundação Universitária do Norte de Minas.
REALIZAÇÕES
Dentre muitos de seus feitos, levando em conta seu aspecto empreendedor, estão a partir de 1963: a construção do Ginásio Esportivo Montes Claros Tênis Clube, hoje Ginásio Darcy Ribeiro; a construção da Escola estadual Professor Plínio Ribeiro; e a construção do Ginásio Voltado para o Trabalho, sendo este o primeiro a ser construído no Brasil com o objetivo de dar formação profissionalizante aos alunos.
A carreira política também foi marcante: vereador da Câmara municipal de Montes Claros (1958-1962); assessor da Secretaria de estado de Desenvolvimento no governo José de Magalhães Pinto (1962); assessor da Casa Civil do governo do presidente João Goulart (1963-1964); vice-prefeito de Montes Claros, responsável pelas áreas de Educação, Saúde e Transportes do município (1983-1988); secretário de estado do Trabalho e Ação Social de Minas Gerais (1985-1987); prefeito de Montes Claros (1988-1992).
VÍTIMA DA DITADURA
Em julho de 1969, Mário Ribeiro perdeu os direitos políticos por ato revolucionário e, em conseqüência, foi demitido da direção da Faculdade de Medicina, do cargo de professor titular de Dermatologia e de Médico Sanitarista. Dez anos depois, em 1979, foi anistiado pelo Decreto Federal nº 84.143, de 31/10/1970. Em 1997, dois anos antes de seu falecimento, foi agraciado com a maior honraria concedida ao cidadão montesclarense, a Medalha de Ouro de Montes Claros.