O programa Luz para todos atenderá 51 mil famílias residentes em comunidades rurais do Norte de Minas, conforme anúncio do presidente da Cemig, Djalma Morais, durante reunião com os prefeitos da região, na tarde de ontem, no auditório do Centro Cultural. Ele recebeu reivindicação para ser priorizada a rede de luz nas localidades onde existem poços artesianos perfurados, como forma de minimizar o drama da seca, que deixa muitas famílias flageladas.
Os estudos mostram que aproximadamente 850 poços estão perfurados na região e não entraram em funcionamento ainda por falta de energia elétrica. Morais anunciou que apesar do cronograma e planejamento elaborado, discutirá uma forma de atender esta demanda. O evento foi organizado pela Amams - Associação dos municípios da área mineira da Sudene e acabou se transformando em audiência pública, pois os prefeitos e vereadores fizeram questionamentos respondidos pelo presidente e pela diretoria da Cemig.
INVESTIMENTOS
Na sua exposição, o presidente Djalma Morais ressaltou que o programa Luz para todos atenderá 176 mil famílias em Minas Gerais, sendo 51 mil no Norte de Minas. No ano de 2004 foram implantados os serviços que beneficiaram 2.000 famílias e investimento de R$ 17 milhões, enquanto para este ano a meta é terminar com o atendimento de 23 mil famílias e investimento de R$ 104 milhões e em 2006, chegar a 26 mil famílias e investimentos de R$ 240 milhões.
O presidente reconheceu que será inevitável o atraso do cronograma, em razão dos problemas surgidos durante o processo licitatório, mas garante que até março de 2007 todas propriedades rurais do Norte de Minas estarão eletrificadas.
Ele anunciou ainda que o Programa Clarear, que tem investimentos de R$ 250 milhões, cumprirá a mesma tarefa na eletrificação urbana, quando as prefeituras terão que entrar apenas com a luminária da iluminação pública e os moradores com o equipamento, os dois por sinal, parcelados em vários meses.
O presidente da Amams, Valmir Morais de Sá solicitou que ele aplicasse uma parte da verba destinada ao setor cultural no Norte de Minas, liberando em média R$ 5 mil para os municípios aplicarem por ano nas festas culturais tradicionais. Djalma Morais afirmou que estará tratando do assunto com a presidente do Servas - Serviço voluntário de Ação Social , Andréa Neves, para discutir como atender o pleito.
Ele lembra que tem atuação em 760 municípios mineiros e os recursos para a área cultural não são tão grandes, mas estudará como viabilizar a proposta, que foi reforçada pelo deputado Arlen Santiago.
REDE ELÉTRICA
Sobre a ligação da rede elétrica para as localidades onde foram abertos poços artesianos, ele recebeu informações do coordenador regional do Dnocs - Departamento nacional de obras contra a seca, Paulo Guedes, de que aproximadamente 850 poços dependem apenas da energia elétrica para garantir o abastecimento aos flagelados. Os deputados Cleuber Carneiro, Carlos Pimenta e Ana Maria Resende e o presidente da Amams, Valmir Morais de Sá, reforçaram o pleito. O presidente da Cemig, Djalma Morais também afirmou que mandará fazer os estudos técnicos para atender o pleito, embora reconheça que ficará difícil atender por áreas isoladas.
Valmir Morais comemora o resultado da reunião, pois lembra que pela primeira vez a diretoria da Cemig participou de reunião onde esclareceu os pleitos dos municípios, de forma bem aberta.
- Existia desconhecimento sobre o programa Luz para todos e de outras ações da Cemig. A Amams pretende realizar evento similar com a diretoria da Copasa, em Montes Claros – concluiu Valmir Morais.