Líder comunitário alerta contra ciumeira política em ano eleitoral: secretário da Unammoc teme que a construção de casas populares seja prejudicada pelas eleições de outubro

Jornal O Norte
29/04/2006 às 09:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:34

Eduardo Brasil


Repórter


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o elogiar iniciativa do vereador Ruy Muniz - PFL para que a Caixa econômica federal amplie o número de casas populares a serem construídas no município, através de convênio firmado com a prefeitura - aumentando de mil para três mil o número de moradias, com seleção de dois mil beneficiários sob responsabilidade das associações comunitárias -, o secretário geral da Unammoc - União das associações de moradores de bairros, vilas e distritos de Montes Claros, Antônio Carlos Santos ressaltou também a sua preocupação de que a iniciativa sofra atropelos próprios de um ano eleitoral.

- É muita ciumeira e ela só atrapalha. Mas a entidade recebe de braços abertos essas gestões do vereador. Vamos somar para a realização do sonho de milhares de famílias que é possuir a sua própria casa - disse ele, confirmando presença na reunião da próxima semana, com o vereador Ruy Muniz, quando as entidades serão cadastradas para buscarem oficialmente o benefício.

POLITICAGEM

Carlos Santos faz coro às críticas de Ruy Muniz de que o déficit habitacional em Montes Claros - de cerca de seis mil casas só não é combatido de vez por ser um problema enfrentado de forma paliativa.

- E o pior, de forma politiqueira e oportunista. Chega a ser indecente. A distribuição da maioria das casas populares entregue às famílias não obedeceu ao critério de priorizar os mais carentes, indo parar na mão de apadrinhados políticos das eventuais administrações, que logo trataram de obter lucro com o privilégio, vendendo o patrimônio para terceiros.

Segundo Carlos Santos, por causa dessa política rasteira o povo pobre continuou, portanto, sem moradia porque não foi o comprador do imóvel.

- Comprar com qual dinheiro? Como um dos exemplos, cito a ocupação de casas no bairro Clarice Ataíde. Acreditamos que 30% dos atuais moradores adquiriram a casa desta forma, das mãos de apadrinhados da administração que não precisavam do imóvel.

DÉFICIT VULNERÁVEL

Ele concorda com o vereador Ruy Muniz de que o município possui condições de enfrentar o problema habitacional com eficácia, desde que imponha uma política sem paternalismo e que de fato atenda aos mais carentes.

- Será preciso organizar as ações. Ter, por exemplo, a certeza do tamanho do déficit.

Hoje, segundo ele, a administração trabalharia com cadastros defasados, realizados em outras administrações. Ou seja, o município estaria se debatendo diante de um problema sem saber sequer a sua verdadeira dimensão.

- Outra medida que deveria ser adotada pelo município seria uma rigorosa fiscalização em relação ao cumprimento de clausura de barreira que impede a venda ilegal do imóvel.

A principal delas, no entanto, segundo o líder comunitário, é o monitoramento pelas associações das escolhas das famílias candidatas à casa própria.

- Elas devem ser de fato as mais necessitadas. Por isso, a Unammoc considera importante a iniciativa de Ruy Muniz em procurar inserir no convênio essa prerrogativa às entidades comunitárias. Mas, é como eu disse: precisamos ficar cautelosos antes que tentem atrapalhar a vinda desse grande benefício - encerra Antônio Carlos Santos.

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