Quando de sua visita a Montes Claros, como candidato do PSDB à reeleição, no dia 17 deste mês, o governador Aécio Neves pediu aos aliados do Norte de Minas sustentação à candidatura de Geraldo Alckmin para a presidência da República. Segundo ele, o apoio que a região dispensaria para consolidar sua permanência no palácio da Liberdade, por mais quatro anos, passaria, antes, pelo apoio à candidatura do partido ao palácio do Planalto, e naturalmente, pela de seus aspirantes ao parlamento estadual e ao congresso nacional.
Na ocasião, o governador cobrou coesão do grupo que o cerca, observando que não permitiria a debandada de parte dele para o lado do candidato petista Lula, tendência da qual ele teria sido informado de que estaria ocorrendo entre alguns aliados.
- Somos um grupo político e devemos seguir juntos com os nossos parceiros. Não se trata de tomar posições isoladas – acentou o governador.
OUVIDO
O apelo do chefe do executivo mineiro, portanto, alcançaria além dos norte-mineiros um aliado e eleitor de peso - o ex-presidente da República e ex-governador de Minas Gerais, Itamar Franco, que o apóia nas eleições de outubro, mas que ainda guardaria dúvidas (ou mistérios, em se tratando de Itamar Franco), sobre o nome que apoiará para a sucessão de Lula, de quem foi embaixador na Europa. O governador bem que tentou assegurar este apoio do ex-presidente, ontem, mas não foi feliz na tentativa.
O fato é que Itamar Franco adiou, mais uma vez, sua decisão sobre que candidato à presidência apoiará nas eleições de outubro. A dúvida sobre sua escolha permaneceu, mesmo depois de seu longo encontro com o governador Aécio Neves nesta segunda-feira - os dois almoçaram juntos. Itamar Franco manteve seu estilo e não confirmou seu voto em Geraldo Alckmin. E em nenhum outro.
2010
Segundo a rádio CBN, Itamar Franco afirmou que sua decisão será tomada levando em conta as eleições de 2010 e, principalmente, os interesses de Minas Gerais.
- Os mineiros têm que ter em vista que o sentido dessa campanha não é só agora. Mas eu penso que o melhor caminho será caminhar junto com o governador Aécio. Eu queria que a luta fosse agora (da presidência), mas Aécio preferiu buscar a reeleição - disse, referindo-se ao apoio que dará ao tucano para que ele chegue ao palácio do Planalto.
Itamar, que saiu do PMDB em 2006, afirmou que se arrepende de não ter ido para o PDT quando foi convidado no começo deste ano. Ele defendia candidatura própria do PMDB, tendo até mesmo se lançado pré-candidato numa convenção que jamais ocorreu, mas o partido vetou a idéia e parte dele resolveu apoiar a reeleição de Lula.