Guila sugere pressão para renegociação das dívidas rurais

Jornal O Norte
30/03/2006 às 10:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:32

Eduardo Brasil


Repórter


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Guila Ramos - PL (foto: Samarone Xavier) entende que a usina de biodíesel a ser implantada em Montes Claros, pelo governo federal, no ano que vem, de acordo com a Petrobras, pode mesmo ser parte de um processo fundamental para que o Norte de Minas reencontre finalmente o caminho do desenvolvimento com a geração de emprego e renda.

Segundo ele, o empreendimento será de vital importância especialmente para os pequenos produtores rurais, que atenderão à demanda pela matéria prima (entre elas, mamona e pinhão manso), mas que a categoria precisa estar apta para as atividades. Aí reside seu temor, já que o homem do campo, que vive da agricultura familiar na sua maior parte está descapitalizado, sem condições de enfrentar ou conseguir qualquer investimento em sua propriedade.

CONTRADIÇÃO

O vereador considera um paradoxo o fato de o governo privilegiar Montes Claros e o Norte de Minas com a usina de biodíesel, ao mesmo tempo em que não oferece ao homem do campo, seu principal aliado no investimento, condições para que ele tenha uma atividade à altura da produção que se estima para a unidade de beneficiamento - quase cinqüenta milhões de litros do combustível por ano. Para ele, o governo concede de um lado e toma do outro.

Para ele é um contra-senso o governo anunciar a usina, criar todas essas perspectivas de geração de emprego e renda no campo, enquanto toma, nega aos pequenos produtores rurais o direito de renegociarem suas dívidas. Salienta que a situação financeira enfrentada pelos pequenos produtores rurais, principalmente no Norte de Minas, caracteriza um dos entraves que eles terão para a competitividade que a unidade da Petrobras anuncia.

- Se o governo não assisti-los, eles certamente ficarão à margem do sucesso da usina, que acabará recebendo matéria prima de outras regiões do país.

PRESSÃO

Guila Ramos sugere que as forças políticas da região se unam para exigir do governo federal maior apoio ao pequeno produtor rural neste momento em que o torna figura de suma importância para o sucesso da usina de biodíesel.

- Nós, vereadores, prefeitos, deputados, lideranças classistas, o próprio produtor rural, todos nós temos de nos unir e cobrar do governo, exigir medidas sensatas, coerentes com a situação que é enfrentada no campo. Temos de pressionar o governo.

O vereador argumenta que a dívida dos pequenos agricultores, caso não ocorra a sua renegociação, dificilmente será paga. Lembra que eles não têm como quitar o débito, principalmente agora que tiveram suas lavouras destruídas pela longa estiagem, amargando enormes prejuízos.

Guila afirma que governo precisa ouvir o segmento rural. Segundo o parlamentar, o governo precisa entender que o pequeno produtor não quer ser personagem de um regime político sustentado pelo clientelismo, com os programas sociais que ofereceriam migalhas a uma classe que gosta e exige trabalho honesto para ganhar o pão de cada dia.

- O homem do campo não quer só o programa Bolsa Família e similares do governo Lula. Quer trabalho e dignidade. E a renegociação de suas dívidas - frisa Guila Ramos.

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