Guila assume cargo na CLI do Mocão e garante trabalho imparcial

Jornal O Norte
13/09/2005 às 12:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:51

Eduardo Brasil


Repórter


eduardo@onorte.net

O vereador Guila Ramos - PL foi indicado pelo presidente da câmara, Ildeu Maia - PP, em portaria assinada na semana passada relator da CLI - Comissão legislativa de inquérito que apura denúncias de malversação de recursos públicos nas obras do estádio de futebol Mocão. Ele substitui a Lipa Xavier - PCdoB que deixou a CLI criticando seus procedimentos nos últimos dois meses e entendendo que estava encontrando dificuldades para desenvolver e concluir as apurações iniciadas ainda no início do ano.

Guila Ramos admite ter recebido a indicação com um misto de surpresa e apreensão diante da responsabilidade de assinar pelo relatório final das apurações - sentimento justo, uma vez que ele vinha acompanhando os trabalhos da CLI somente através das informações publicadas pela imprensa.

- Não acompanhei, pessoalmente, sequer uma reunião da comissão. Mas vou me inteirar de tudo para que possamos contribuir na apuração dos fatos - garante.

Segundo Guila, a sua surpresa começou com a mudança de um membro importante num momento em que a CLI está para ser concluída. Confessa que não esperava que Lipa saísse da comissão a essa altura dos trabalhos e, muito menos, que ele entrasse.

- Mas acatei a lembrança de meu nome e espero corresponder à confiança do presidente da câmara - diz o vereador, que promete uma atuação proba, sem matizes políticas que possam comprometer a lisura das investigações.




Guila é o novo relator da comissão que apura denúncias


de irregularidades nas obras do Mocão (Foto: Adriano Madureira)

SEM PIZZA

De acordo com o novo relator, apesar dos comentários precipitados de que a CLI caminharia para terminar em pizza - ressaltados durante a polêmica saída de Lipa Xavier, que teria renunciado ao cargo de relator preocupado com um desfecho parecido -, ele confia na transparência e na responsabilidade dos membros da comissão e do legislativo em revelar a verdade sobre o episódio.Observa que a câmara tem se empenhado com rigor para que tudo seja devidamente esclarecido, como está sendo, sem partidarismo, sem tendências para inocentar culpados ou incriminar pessoas inocentes.

- Não estou preocupado com rótulos, com pré-julgamentos, com as especulações em torno dos trabalhos da CLI, que têm sido transparentes e corretos. Assumo o cargo confiante de que tudo será esclarecido dentro da lei, sobretudo agora que os laudos técnicos serão realizados - diz, referindo-se à decisão da presidência da câmara que contratou uma empresa de engenharia, com sede em Janaúba, para proceder às perícias relacionadas à  terraplanagem no local das obras.

- O objetivo da perícia é confrontar os gastos com os serviços feitos, última etapa das apurações para que a CLI seja finalmente concluída. Resta saber o tempo que a empresa necessitará para apresentar este resultado.

CONHECIMENTO OFICIAL

Ainda ontem Guila Ramos receberia toda a documentação oficial reunida pela CLI para tomar conhecimento dos resultados até agora obtidos. Em seguida, ele deveria se reunir com os demais membros da comissão, Athos Mameluque - PMDB, presidente, e Marcos Nen - PL para decidirem os próximos passos das apurações.

Guila Ramos lamenta que a construção do Mocão venha esbarrando em seguidos impasses, principalmente financeiros, que prolongam sua conclusão desde que o projeto foi iniciado pela gestão do ex-prefeito Toninho Rebelo, já falecido, no final da década de 1970 e início dos anos 1980. Ele espera que com a conclusão da CLI as obras do estádio sejam retomadas para que finalmente ele possa ser entregue à população, promovendo conseqüentemente o esporte do município no cenário estadual e nacional.

- Sim. Espero que após a conclusão da CLI, independentemente dos resultados, as obras do estádio tenham prosseguimento. Sabemos de outras prioridades do município, mas o Mocão deve ser concluído pela sua importância para o esporte de Montes Claros e da região e para acabar com uma novela que se estende indefinidamente - salienta o novo relator da CLI, entendendo que a falta de recursos seja de fato o maior obstáculo a ser vencido para que o estádio se torne realidade.

- Faltariam ainda cerca de vinte milhões de reais para as obras serem concluídas, cabendo à prefeitura uma contra-partida correspondente a 40% desse valor. Sabemos que o município não teria esse dinheiro todo, mas devemos procurar alternativas para consolidar o empreendimento - conclui o vereador.

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