Eduardo Brasil
Repórter
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O prefeito Athos Avelino - PPS confirmou aos estudantes o que já era esperado: a prefeitura de Montes Claros não tem condições de implantar, pelo menos neste momento, o meio-passe para a categoria - que reduz em 50% o preço da tarifa de transporte coletivo urbano.
A confirmação foi feita pelo chefe do executivo, ontem de manhã, durante audiência com dirigentes estudantis que aproveitaram o Dia nacional de luta pelo meio-passe para lhe entregar um documento cobrando o benefício.
Estudantes nas escadarias da prefeitura: Pressão para implantação do meio-passe chegou ao prefeito
(foto: Wilson Medeiros)
De acordo com o documento, o meio-passe, que tirará Montes Claros do vergonhoso rol das exceções entre os municípios brasileiros que ainda não efetivaram esse benefício, é uma necessidade dos estudantes, sobretudo dos de menor poder aquisitivo que têm até mesmo abandonado as salas de aula por não poderem bancar o transporte coletivo diariamente, que ao fim do mês soma uma despesa de quase sessenta reais - que corresponderia a mais de 15% do salário mínimo vigente.
Os estudantes também ressaltam a esperança de que a atual administração atenda a uma antiga reivindicação, ainda que seja no segundo semestre deste ano, encaminhando-a para ser adotada como norma integrante do funcionamento do serviço de transporte coletivo urbano de nossa cidade, a partir dos novos contratos que serão celebrados com as empresas que assumirem os serviços após setembro de 2006.
DESCONTOS
O documento acerta no prazo que o prefeito Athos Avelino estima que necessite para fazer vigorar a medida sem atropelos. Segundo ele, somente dentro de cinco meses é que a administração poderá atender à reivindicação e, ainda assim, com critérios que fugiriam de um desconto comum para todos, como gostaria a classe estudantil. Os descontos seriam proporcionais às condições sociais dos alunos: quem for comprovadamente mais pobre vai pagar menos.
Athos reconheceu a importância do benefício para os estudantes, da necessidade de torná-lo o quanto antes lei municipal, mas frisou as dificuldades que existem para que ela seja efetivada sem que antes haja um estudo adequado para torná-la viável, citando que a concessão sem esses cuidados acabaria onerando os cofres municipais e o bolso do usuário comum do sistema de transporte coletivo, tornando, inclusive, mais caro, o Vale-transporte.
O prefeito finalizou o encontro prometendo que solicitará a inclusão desse item na planilha de custos, para que as empresas que participarem da nova concorrência, em setembro, o façam sabedoras de que terão que se enquadrar a essa medida.