Feijão Semeado cobra volta do Samu

Serviço médico de urgência não atende a comunidade, que já foi uma das mais violentas da cidade, há 12 anos

Manoel Freitas
Montes Claros
17/04/2018 às 19:08.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:23
 (Manoel Freitas)

(Manoel Freitas)

O bairro Conferência Cidade Cristo Rei, mais conhecido como Feijão Semeado, não tem Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) há 12 anos. A suspensão ocorreu em 2 de junho de 2006, quando ocorreu um assassinato no local, no momento em que os socorristas atendiam um morador. 

Naquele dia, seis homens encapuzados e armados com revólveres invadiram uma casa, executando o morador com 11 tiros. A Polícia Civil não conseguiu identificar os criminosos, e os moradores sofrem até hoje com a falta de atendimento.

A comunidade recorreu à Câmara Municipal, que deve pedir uma audiência pública para discutir o assunto com a diretoria do Samu e das polícias Civil e Militar. Ontem, o vereador Valdecy Fagundes de Oliveira (PMN) prometeu convocar o encontro para as próximas sessões. 

Em maio de 2009, três anos após a execução, as lideranças comunitárias do local recorreram ao Ministério Público para cobrar a volta do serviço de urgência, já que o bairro tem população aproximada de 2.500 pessoas.
 
JUSTIÇA 
O promotor Paulo Vinícius de Magalhães Cabreira se pronunciou em favor da decisão do Samu em março de 2010, sob a alegação de que “ao contrário dos agentes públicos vinculados à área de segurança, os integrantes do Samu podem deixar de realizar atendimento caso exista risco real de sofrerem qualquer forma de violência”.

Morador do local e mediador de conflitos na favela, o ex-policial militar Mário Ribeiro disse não haver razão para que a decisão da Justiça seja mantida, argumentando que há dois anos não ocorrem assassinatos no Feijão Semeado. Explica que “como a população serve para votar, pagar impostos e até mesmo manter o próprio Samu, eles têm que dar a mesma assistência disponibilizada para os outros bairros”.

Lembra ainda que os funcionários da prefeitura, Copasa, Cemig e Correios “percorrem todas as ruas e vielas da favela em absoluta segurança”.

Em nota, a diretoria do Cisrun/Samu Macro Norte) esclarece que “os atendimentos realizados seguem protocolos estabelecidos pela portaria nº 2.048, do Ministério da Saúde, que estabelece que o critério primordial para o atendimento é a segurança da equipe”.

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