A vice-presidente da câmara de vereadores, Fátima Pereira - PTB anunciou que recorrerá ao ministério público para questionar os critérios com os quais a Apas - Associação de Promoção e Ação Social atua em Montes Claros, sobretudo na admissão de servidores municipais. Segundo a vereadora, a entidade, presidida pela primeira-dama Vera Pereira estaria exercendo no poder público prerrogativas que poderiam ser consideradas extraordinárias.
Vereadora critica critérios e excesso de poder que entidade filantrópica exerceria na administração municipal
(foto: arquivo)
A Apas, ainda de acordo com a parlamentar, estaria influenciando até mesmo nas disposições que caberiam, por exemplo, à secretaria de Educação, decidindo sobre a admissão de servidores para os centros de convívio.
- A Apas gerencia o quê, afinal de contas? As escolas ou os programas de ação social? E qual o critério que ela adota para admitir pessoas que sequer sabemos se realmente são professores - disse ela, acusando a entidade de proceder à admissão de funcionários no setor sem observar a lista de classificados no concurso público.
- Até agora ninguém soube me explicar nada a respeito e esses critérios, confesso, me cheiram a apadrinhamento político - disse a vereadora à reportagem de O Norte.
- Que me corrijam se eu estiver enganada. Mas, enquanto não o fazem, vou recorrer ao ministério público para deixar as coisas bem esclarecidas.
ENTIDADE PODEROSA
Fátima Pereira também questiona o poder extraordinário que a Apas defenderia junto à administração do prefeito Athos Avelino - PPS, reiterando não entender como se permite que uma entidade delibere sobre assuntos diversos, tomando decisões que não seriam de sua franca competência e de forma tão desinibida.
- Argumentam que isso se deve ao fato de ela ser uma entidade filantrópica, conveniada à prefeitura. Ora, o que faz essa entidade tão poderosa? Por que esses poderes a tornam tão diferente assim das outras que teriam o mesmo perfil filantropo? São todas iguais, ou deveriam ser. Ocorre que nenhuma das outras, que eu saiba, possui tais regalias dadas à Apas.
A dirigente do legislativo, ainda que seu discurso tenha tido lugar exatamente no dia em que o plenário votou projeto de lei do executivo, de repasse de recursos financeiros para a Guarda Mirim, não deixou de citar a entidade como uma das que não recebem o respaldo necessário do poder público.
- Quem dera a Guarda Mirim tivesse o privilégio concedido à Apas. Não estaria hoje nas condições em que se encontra. Esse repasse de recurso é altamente bem vindo, mas chega com muito atraso.
Fátima Pereira afirmou que assim que ela receber informações do ministério público tornará pública as informações. A reportagem tentou, sem sucesso, ouvir as demais pessoas citadas na reportagem, cujas assessorias ficaram de retornar a ligação.