Ex-vereador em São Francisco, empresário montes-clarense, cobra rigor no episódio das verbas de gabinete, e sugere que a própria câmara apure as denúncias

Jornal O Norte
23/05/2006 às 10:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:35

Eduardo Brasil


Repórter


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Apesar das afirmações do presidente da câmara municipal de Montes Claros, Ildeu Maia - PP de que a casa está procurando esclarecer possíveis irregularidades na prestação de contas de alguns vereadores com notas de serviços de postagem nos Correios, o assunto não estaria sendo devidamente abordado pelo legislativo e esse procedimento pode provocar uma reação mais radical por parte da sociedade.

- Se for necessário, eu mesmo, como cidadão montes-clarense, estou decidido a chegar ao extremo em nome da transparência, solicitando a abertura de uma Comissão legislativa de inquérito para que tudo fique devidamente esclarecido. É um procedimento garantido pela Constituição a qualquer cidadão que duvide da lisura de alguns de seus representantes.

A afirmação é do ex-vereador pelo PSB, em São Francisco, e candidato derrotado para prefeito nas eleições de 2004, daquele município, Ricardo Figueiredo - desde então residindo e atuando como empresário em Montes Claros e freqüentador eventual das sessões legislativas. Na manhã de ontem, ele procurou O Norte para manifestar preocupação de que se repita no legislativo o que denomina de corporativismo nocivo ao povo, recurso que despreza e que teria lutado contra na câmara municipal de São Francisco.

- Eu e a minha família fomos até ameaçados de morte porque delatei o esquema. Não podemos deixar que o mesmo corporativismo prejudique a imagem da câmara de vereadores de Montes Claros, que eu admiro e respeito - disse ele, observando que recorreu a O Norte pela imparcialidade que o jornal tem demonstrado e a sua preocupação em escrever aquilo que o leitor gostaria de dizer.

- Portanto, é isso que eu tenho a dizer: a apuração de tudo em nome do povo de nossa cidade.

DECISÃO CONDICIONADA

Segundo Ricardo Figueiredo, a sua decisão de solicitar uma comissão investigativa do parlamento pode ser tomada ainda hoje.

- Se os vereadores não se manifestarem na reunião desta terça feira vou usar da minha prerrogativa como cidadão e pedir a CLI, ainda que sustentado apenas nas evidências apontadas - ressalta, observando que esperou em vão por uma reação de parte dos vereadores que estavam no plenário da câmara na sessão de quinta-feira.

- Porém, ninguém falou nada ou teve oportunidade de falar alguma coisa. Logo no início da reunião, o vereador Ademar Bicalho pediu a suspensão dos assuntos gerais. Irei à câmara nesta terça feira e, se não for divulgado os nomes dos vereadores suspeitos de envolvimento no caso das notas, entrarei com um pedido de instalação da comissão, ainda que a presidência esteja procurando esclarecer e a ajudar a esclarecer o episódio - sustenta o ex-vereador de São Francisco, que garante não estar interferindo no legislativo municipal procurando destaque no cenário da política local.

- Estou agindo como um cidadão de Montes Claros - encerra Ricardo Figueiredo.

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