“Estamos investindo muito para atrair novas empresas”, diz Fernando Pimentel

Em entrevista exclusiva, governador afirmou que cinco grandes negócios podem ser instalados na região em breve

Márcia Vieira e Vitor Costa
Montes Claros
02/06/2017 às 00:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 16:54
 (Marcelo Santana - Agência Minas)

(Marcelo Santana - Agência Minas)

Em entrevista a O NORTE, concedida aos repórteres Márcia Vieira e Vitor Costa, o governador Fernando Pimentel destacou o trabalho a que Minas Gerais tem se empenhado para enfrentamento da crise nacional com graves reflexos na economia do Estado.

Ele também sinalizou para novos investimentos no Norte de Minas, antecipando a possibilidade de a região receber cinco novas “grandes” empresas que fomentarão a geração de emprego e renda.

Também pontuou algumas demandas que a região assegurou através da realização dos fóruns regionais e que beneficiaram setores como educação, segurança pública, entre outros. Pimentel deixou claro que o Estado enfrenta sérias dificuldades financeiras, mas que não recua de seu propósito de atender às demandas populares, reservando os recursos possíveis para isso.

Para Pimentel, o governo, nesse instante em que o Brasil amarga uma crise sem precedentes, tem dado demonstrações de trabalho e seriedade, mantendo o ritmo natural das atividades em todo o Estado.

O NORTE: Quais as principais entregas já feitas à população a partir das demandas dos fóruns regionais?
Pimentel: Gostaria, primeiramente, de saudar todos os montes-clarenses e mineiros da região e dizer que é uma alegria grande estar aqui, nessa nova etapa dos fóruns regionais. Começamos com os fóruns em 2015 e, ao longo do ano, até 2016, fizemos rodadas em todas as 17 regiões do Estado, recolhendo demandas e discutindo com a população e, efetivamente, começando a fazer entregas. Agora, estamos fazendo uma nova etapa que é justamente de apresentar resultados e recolher novamente demandas que serão atendidas ao longo desse segundo semestre até o ano que vem.

Em relação ao norte de Minas, quais as principais entregas?
Aqui, no Norte de Minas nós temos importantes entregas, por exemplo: renovamos a frota da Polícia Militar; entregamos 124 viaturas e 100 ônibus escolares; estamos reformando, a pedido das comunidades que participaram, mais de 60 escolas na região. Enfim, nós conseguimos com o mecanismo de consulta popular, que é o fórum, adequar o pouco recurso que Estado tem hoje – porque o Estado vive uma crise financeira e orçamentária muito grande. Mas esse pouco recurso foi adequado para atender exatamente as prioridades que a população definiu. As pessoas podem, de longe, imaginar que são entregas pequenas, mas quem está perto sabe que não são. Quando entregamos um ônibus escolar, uma viatura, ambulância para uma comunidade, aquilo faz um diferença enorme na qualidade de vida das pessoas. Então, acredito que o fórum seja um mecanismo que deu certo. Em Montes Claros iremos repetir o processo, e tenho certeza que essa é a forma correta de resolver os problemas da região: consultando pessoas. Quem sabe das suas prioridades é a própria população. Multiplicando recursos que, como eu disse, são escassos, devemos atender a todos.

A BR-251 é um tema importante. Tivemos, inclusive, a criação da “frente parlamentar pela 251”, pela deputada Raquel Muniz. Qual a posição do governo sobre essa questão?
A BR–251 é uma rodovia federal, então não está sob os cuidados do governo do Estado, mas de qualquer modo a consideramos importantíssima, porque ela é uma ligação da antiga Rio-Bahia. Então, como governador, eu tenho o maior interesse em atuar junto com a frente parlamentar e garantir que a BR–251 tenha do governo federal o tratamento adequado, que seja revitalizada, ampliada e que possa absorver o fluxo crescente de veículos da região. De toda maneira, politicamente iremos trabalhar juntos para conseguir recursos.

Para o governo, qual a importância do norte de Minas?
Não apenas o Norte de Minas, mas eu diria o Estado inteiro. Mas o Norte, em especial, tem uma importância muito grande no ponto de vista econômico, político e cultural. Uma região com tradição agropecuária, mas que tem também uma crescente vocação industrial. Estamos investindo muito fortemente para atrair novas empresas para Montes Claros, que tem a grande vantagem de ter os benefícios da área da Sudene, e isso ajuda a atrair empresas. Porém, não posso revelar ainda nomes, porque estamos na fase de tratativas, mas brevemente, dentro dos próximos 20 dias, iremos assinar protocolos de intenção de investimento com cinco grandes empresas que anunciaram construção de plantas na região. O Norte de Minas merece da nossa parte um cuidado especial, além do carinho que temos pela população.

O Brasil vive uma crise econômica, política e institucional. Minas também sente reflexos Nas finanças. Como governo trabalha para atender à população?
A crise é muito grave. Talvez até a mais grave crise da história da República brasileira, e isso não pode nos paralisar. Então, o que Minas está fazendo é dar um exemplo para o Brasil. Primeiro, construindo uma relação harmônica entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Cada um com a sua autonomia e preocupado em manter o Estado funcionando em meio a essa verdadeira tempestade que se abateu sobre o Brasil. O segundo ponto é trabalho, propriamente dito. Nós estamos enfrentando a crise sem ficar lamuriando. A cada dia fazemos novas entregas.

A terceira coisa é a serenidade, que é uma característica dos mineiros: nos somos um povo montanhês, e isso nos dá uma característica importante neste momento de crise que é de esperar o desenrolar dos acontecimentos sem ficar parado. Então, com harmonia, trabalho e serenidade, Minas está enfrentando muito melhor que a média dos estados brasileiro. Basta olhar em torno. Aí eu falo com grande tristeza, por exemplo, do que está acontecendo no Estado do Rio de Janeiro, que está com os serviços públicos em absoluto colapso, deixando de prestar serviços básicos. Longe do que acontece em Minas. Aqui as coisas funcionam. Diriam que a situação podia estar melhor? Sim, poderia, se tivéssemos dinheiro, mas poderia estar pior se tivéssemos entrado em crise, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. Nada disso ocorreu porque o mineiros sabem escolher o seu caminho.

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