Escassez de água penaliza pequenos

Agricultores familiares registraram queda de 30% na produção de frutas e hortaliças devido à falta de chuvas

Greiciely Rodrigues, sob a supervisão do editor
Montes Claros
20/01/2018 às 06:17.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:52
 (Arquivo pessoal)

(Arquivo pessoal)

A estiagem prolongada causou a queda na produção de frutas e hortaliças cultivadas por agricultores familiares de Montes Claros e região. Os produtores ressaltam que, em 2017, a retração chegou a 30%, em média, na comparação com 2016.

Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros da Região do Pentáurea (Aspropen), José Maria Ferreira de Souza, as áreas de plantio tiveram que ser reduzidas devido à falta de água. “Além de os produtores perderem parte do que plantaram, por causa da seca, ainda tiveram que diminuir as áreas de plantio, o que causou mais prejuízos”. 

A produção de algumas frutas, como o morango, registrou queda menor por utilizar menos água, mas produtos como tomate, chuchu e hortaliças, que dependem de irrigação maior, tiveram redução considerável. 

João Simael Ferreira da Silva, cultivador de morango, chuchu e tomate, explica que só foi possível manter a produção com o uso de poços. “Reduzi a área por não ter água para regar a plantação. Antes eu usava o córrego. Hoje eu uso a água do poço, que não é suficiente para produzir como antes”. 

As hortaliças são os produtos mais castigados pela seca. Segundo Weviton Santos Feitosa, conhecido como Baiano, nem com o uso de novas tecnologias foi possível manter o cultivo de alguns produtos. “O alface, por exemplo, que eu cultivava 18 mil pés por semana, em 2016; caiu para 4 mil pés por semana, em 2017, e hoje, já não cultivo nenhum pé. Outros produtos, como couve, brócolis, pimentão e chuchu, que ainda consigo plantar, tiveram queda de mais de 30%”, explicou o produtor.
 
AJUDA 
Atualmente, a ASPROPEN reúne cerca de 120 famílias e há várias ações de incentivo ao aumento da produção. Uma delas foi a parceria com a Associação de Moradores e Amigos do Bairro São José, onde acontece, semanalmente, a Feira Sem Agrotóxicos (SAT), em que os consumidores compram diretamente do produtor.

Segundo Rita Cristina Costa, presidente da Associação de moradores do bairro, a feira é de suma importância para todos os agricultores, pois além de incentivar a produção, possibilita que as pessoas conheçam os produtores e tirem dúvidas sobre o cultivo. 

“A Feira cresceu muito desde que foi implantada e a expectativa é que haja investimentos na produção para que ela cresça ainda mais. Atualmente, temos 25 barracas padronizadas que oferecem diversos produtos como frutas, hortaliças, doces, biscoitos, além de produtos artesanais e, tudo que é produzido e cultivado por agricultores familiares, são livres de uso de agrotóxicos”, concluiu.

O Norte entrou em contato com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Montes Claros para saber se há planejamento de ações de incentivo ou auxílio aos agricultores familiares, porém foi informado que o secretário está de férias e retorna na próxima semana.

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